ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 27-3-2003.
Aos vinte e sete dias do mês de março de dois mil e
três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch,
Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Pedro
Américo Leal, Raul Carrion, Wilton Araújo e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos
Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Renato Guimarães e Valdir Caetano.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador Elias Vidal, 04 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Elói Guimarães, o Projeto de Resolução nº 022/03 (Processo nº
1214/03); pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências e o Pedido de
Informações nº 053/03 (Processo nº 1318/03); pelo Vereador Haroldo de Souza, o
Projeto de Resolução nº 026/03 (Processo nº 1281/03); pelo Vereador Sebastião
Melo, os Pedidos de Informações nºs 050 e 052/03 (Processos nºs 1274 e 1294/03,
respectivamente). A seguir, foram apregoados Requerimentos de autoria do
Vereador Luiz Braz, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando o
desarquivamento dos Projetos de Lei do Legislativo n°s 027, 234 e 235/02
(Processos n°s 0767, 3672 e 3673/02, respectivamente). Também, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo n° 060/02 (Processo
n° 2805/02) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei
Orgânica do Município. Após, foi apregoado o Ofício nº 007/03, do Vereador João
Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que os
Vereadores Beto Moesch e Wilton Araújo representarão externamente esta Casa no
3º Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente e no 2º Encontro
Regional do Instituto O Direito por um Planeta Verde, a serem realizados do dia
dois ao dia quatro de abril do corrente, no Município de Gramado – RS. Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios n°s 001/03, do Vereador Reginaldo Pujol, Presidente da
Comissão de Constituição e Justiça; 001/03, da Vereadora Ângela Maria Tobolski
Hartmann, Presidenta da Câmara Municipal de Brochier - RS; 003/03, da Vereadora
Ilza Maria Deliberal Sette, Presidenta da Câmara Municipal de Barra do Rio Azul
- RS; 009/03, do Vereador José Eduardo SanMartin, Presidente da Câmara
Municipal de Novo Cabrais – RS; 022/03, do Vereador Ari Pauletti, Presidente da
Câmara Municipal de Planalto – RS; 029/03, do Vereador Pedro Paulo da Silva,
Presidente da Câmara Municipal de Três Passos – RS. Após, constatada a
existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Juarez
Pinheiro, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão,
iniciando-se o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear os
Micro e Pequenos Empresários, nos termos do Requerimento nº 045/03 (Processo nº
1091/03), de autoria do Vereador Juarez Pinheiro. Compuseram a Mesa: o Vereador
João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Zeca
Moraes, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor
Adeli Sell, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio; o Senhor
Pedro Aurélio Zabaleta, Presidente da Associação Nova Azenha; o Senhor
Dagoberto Machado, representante da Federação do Comércio de Bens e de Serviços
do Estado do Rio Grande do Sul – FECOMÉRCIO – RS; a Senhora Naira Libermann,
representante do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –
SEBRAE – RS; o Senhor Antônio Cezar Néri, representante da Fundação de Economia
e Estatística - FEE. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Juarez Pinheiro
homenageou os micro e pequenos empresários, enaltecendo o espírito empreendedor
desses profissionais e mencionando as dificuldades enfrentadas por essa classe
em sua atividade diária. Ainda, apresentou dados estatísticos relativos à
participação desse setor empresarial na economia brasileira e enfatizou
características inerentes às micro e pequenas empresas, tais como a expressiva
geração de postos de trabalho. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as
presenças do Senhor Cláudio Klein, proprietário da Banca 43 do Mercado Público
de Porto Alegre, e dos Senhores Valdir Bronzatto e Alécio Ughini. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson cumprimentou os micro e pequenos
empresários, relembrando crise no suprimento de farinha de trigo, ocorrida na
década de setenta, ocasião em que pequenos comerciantes asseguraram o
abastecimento desse insumo para a indústria panificadora. Também, pronunciou-se
sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 008/03 (Processo nº 0455/03), que
dispõe sobre a abertura do comércio local aos domingos e feriados. Na ocasião,
o Senhor Presidente informou que o Senhor Adeli Sell, Secretário Municipal da
Produção, Indústria e Comércio, se ausentaria da Sessão face compromissos
anteriormente assumidos. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cláudio Sebenelo
congratulou os micro e pequenos empresários, reportando-se aos primórdios das
relações comerciais de troca na sociedade antiga. Também, afirmou colaborarem
os pequenos estabelecimentos comerciais de bairro para o aprimoramento das
relações interpessoais e lembrou serem esses empreendimentos responsáveis pela
maioria dos postos de emprego existentes no País. A Vereadora Maristela Maffei
enalteceu a participação dos micro e pequenos empresários no mercado de
trabalho e questionou a capacidade de absorção de mão-de-obra por parte dos
grandes conglomerados industriais e comerciais. Nesse aspecto, defendeu o
formato descentralizado do ciclo produtivo e comercial como forma de fortalecer
a economia do País e reafirmar o sentimento de nacionalidade entre as pessoas.
O Vereador João Carlos Nedel destacou a perseverança demonstrada pelos micro e pequenos
empresários na administração de seus empreendimentos em meio a um contexto
econômico adverso. Também, teceu críticas às condições impostas pela legislação
municipal para a abertura e funcionamento de novos negócios e manifestou-se
contrariamente à carga tributária incidente sobre micro e pequenas empresas,
defendendo a implementação de imposto único para esses casos. O Vereador Raul
Carrion discorreu sobre o papel desempenhado pelas micro e pequenas empresas na
sociedade moderna, ressaltando serem esses empreendimentos promotores da
qualificação das relações interpessoais. Ainda, sustentou existir esse modelo
de organização também no meio campesino, na medida em que as pequenas e médias
propriedades rurais preconizam um sistema produtivo diverso do predominante em
grandes latifúndios. O Vereador Reginaldo Pujol parabenizou o Vereador Juarez
Pinheiro pela iniciativa de propor a presente solenidade para homenagear os
pequenos e micro empresários do Município de Porto Alegre. Também, teceu
considerações sobre as diferenças conceituais existentes entre pequeno e micro
empreendimentos, ressaltando a importância da dedicação das pessoas que
administram estes estabelecimentos em prol do crescimento da Cidade. O Vereador
Elói Guimarães saudou os pequenos e micro empresários presentes nesta
solenidade, cumprimentando o Vereador Juarez Pinheiro pela proposição da mesma.
Ainda, aludiu ao transcurso dos duzentos e trinta e um anos de fundação da
Cidade de Porto Alegre, discorrendo sobre a contribuição dada por esse
segmento, no que se refere à manutenção das relações democráticas dentro das
atividades econômicas, oportunizando a geração de emprego e renda. O Vereador
Sebastião Melo elogiou o Vereador Juarez Pinheiro pela justeza da homenagem
hoje prestada aos pequenos e micro empresários, afirmando que esta Casa busca a
defesa desse setor da sociedade porto-alegrense, legislando sobre matérias
relacionadas aos interesses do mesmo. Nesse sentido, analisou a questão da
abertura do comércio aos domingos e feriados no Município, destacando os
dispositivos legais que norteiam esse assunto. Na ocasião, o Vereador Sebastião
Melo formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
a realização de registro fotográfico da presente homenagem aos micro e pequenos
empresários, tendo o Senhor Presidente informado que o mesmo se daria ao final
da presente homenagem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valdir Caetano
congratulou o Vereador Juarez Pinheiro por possibilitar a esta Casa a realização
da relevante homenagem aos micro e pequenos empresários, discursando sobre a
trajetória pessoal de Sua Excelência, no que diz respeito à sua condição de
filho de empresário da área comercial. Também, salientou a disposição dos trabalhadores
desse setor de contribuir para o desenvolvimento sócioeconômico da Cidade. A
seguir o senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Pedro Aurélio Zabaleta
que, em nome dos pequenos e micro empresários, agradeceu a homenagem hoje
prestada por este Legislativo a esse segmento da comunidade porto-alegrense. Às
dezesseis horas e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezesseis horas e dez minutos, constatada a existência de
quórum. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Isaac
Ainhorn, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, por
dezessete votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Renato
Guimarães, Carlos Alberto Garcia, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Raul Carrion,
Cassiá Carpes e Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac
Ainhorn, tendo votado os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Wilton Araújo e Zé Valdir. Na
ocasião, os Vereadores Marcelo Danéris, Carlos Alberto Garcia e Haroldo de
Souza manifestaram-se sobre o Requerimento acima referido. EM COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
o Vereador Haroldo de Souza informou que encaminhará a esta Casa proposta de
alteração do Regimento, no que tange à possibilidade de utilização da Tribuna
por todos os Senhores Vereadores, por ocasião da realização de Sessões Solenes.
Também, criticou as políticas públicas implementadas pelo Executivo Municipal,
no que se refere à questão de menores abandonados e manifestou-se sobre a
construção de pista de eventos na Cidade. Na ocasião, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos sobre os dispositivos regimentais que versam sobre a
utilização do tempo da Comunicação de Líder para pronunciamento dos Senhores
Vereadores. Também, o Senhor Presidente registrou a presença dos Vereadores
Marcos Schirme e Sérgio Burmann, do PDT do Município de Ijuí – RS. Também, os
Vereadores Zé Valdir e Haroldo de Souza formularam Requerimentos verbais,
solicitando alteração na apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson manifestou contrariedade quanto
à contratação de profissional, segundo Sua Excelência, de nacionalidade
estrangeira para a elaboração de projeto arquitetônico da pista de eventos que
abrigará o Carnaval do Município de Porto Alegre. Nesse sentido, citou matéria
publicada no jornal Zero Hora do dia de hoje, na coluna do jornalista José
Barrionuevo, intitulada “Pista de eventos com sotaque castelhano”. O Vereador
Elias Vidal, discorrendo a respeito de proposição de autoria de Sua Excelência,
relativa à colocação de cerca no Parque Farroupilha, salientou que, nesse
local, são abrigadas atividades ilícitas e nocivas à sociedade, tais como
consumo e tráfico de drogas, além do patrocínio de atos de violência
generalizados. Nesse contexto, defendeu a urgência do fechamento do Parque
Farroupilha como forma de defender o patrimônio natural e promover segurança
naquele recinto. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento
verbal, solicitando apuração do ato de fornecimento de cópias de pronunciamento
de Sua Excelência, relativo à Décima Sexta Sessão Ordinária, em prazo não
conforme com os ditames regimentais, ao que o Senhor Presidente informou que
seriam tomadas as providências cabíveis. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
João Carlos Nedel, discursando sobre o consumo de drogas, afirmou ser tal problemática
decorrente de fatores como o desemprego e a desintegração social. Ainda,
mencionou pedido do Presidente da Colômbia, Senhor Álvaro Uribe Vélez, ao
Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, no sentido de que as
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - FARC - sejam declaradas ilegais no
território brasileiro. A Vereadora Margarete Moraes, comentando discurso do
Vereador Ervino Besson, a respeito da nacionalidade de profissional contratado
para elaboração do projeto de construção de uma pista de eventos no Município
de Porto Alegre, assegurou ser o referido profissional integrante de empresa brasileira.
Ainda, aludindo ao discurso do Vereador João Carlos Nedel, lembrou que as
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - FARC - foram criadas em função da
defesa do povo colombiano. O Vereador Luiz Braz, discursando sobre a
implementação do Programa Fome Zero pelo Governo Federal, declarou que a
contrariedade de Sua Excelência não se vincula à intenção do programa, mas aos
métodos escolhidos para sua execução. Ainda, convidou a todos para a vigésima
segunda edição do Show do Quilo, a qual será realizada no dia trinta e um deste
mês, no Partenon Tênis Clube, e deverá beneficiar, entre outras entidades, a Pequena
Casa da Criança. O Vereador Raul Carrion, divulgando tratativas que vêm sendo
fomentadas entre as famílias ocupantes de terrenos e casas pertencentes ao
Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre, relatou a participação
dos integrantes da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação desta Casa
na busca de soluções que permitam às famílias a obtenção da propriedade dessas
moradias. Ainda, noticiou negociações que vêm sendo encetadas junto à gerência
da Caixa Econômica Federal. O Vereador Carlos Alberto Garcia, reportando-se ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 036/03, de autoria do Vereador Elias Vidal,
que propõe o cercamento do Parque Farroupilha, questionou a necessidade dessa
proposta e afirmou que a população, através de pesquisa de opinião, desaprova
tal medida. Ainda, justificou que o incremento da iluminação noturna no
interior do Parque Farroupilha afetaria o equilíbrio ecológico, com a migração
dos pássaros que habitam o local. O Vereador Reginaldo Pujol discorreu sobre a
construção de pista de eventos na área do Porto Seco, externando sua
preocupação em relação aos prazos para a conclusão dessa obra. Nesse sentido,
propugnou pela manutenção dos desfiles de Carnaval, em dois mil e quatro, na
Avenida Augusto de Carvalho, uma vez que, segundo Sua Excelência, os procedimentos
relativos ao projeto, licitação e execução da nova pista poderão ultrapassar as
datas previstas. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a
ORDEM DO DIA e o Vereador Isaac Ainhorn manifestou-se sobre os trabalhos da
presente Sessão. Foi rejeitado Requerimento verbal do Vereador Renato
Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia, por oito votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Renato Guimarães, Marcelo Danéris e Carlos Alberto
Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo
votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos
Pestana, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Renato Guimarães
e Zé Valdir e Não os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton
Araújo. Na oportunidade, o Vereador Haroldo de Souza formulou Requerimento
verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia, e o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e manifestações dos
Vereadores Marcelo Danéris, Raul Carrion, Isaac Ainhorn e Haroldo de Souza,
prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão e sobre a votação
do Requerimento verbal do Vereador Renato Guimarães, acima referido. Também, o
Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão
dos trabalhos da presente Sessão. Ainda, o Vereador Haroldo de Souza
manifestou-se sobre o televisionamento dos trabalhos da presente Sessão. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 053/01, considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por dezoito
votos SIM e oito votos NÃO, após ser discutido pelo Vereador Zé Valdir e
encaminhado à votação pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os
Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo, Wilton Araújo e Zé Valdir e Não os Vereadores Aldacir
Oliboni, Carlos Pestana, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes,
Maria Celeste, Maristela Maffei e Renato Guimarães. Na ocasião, face
manifestações formuladas pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Marcelo Danéris, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação do Projeto de Lei
do Legislativo nº 053/01. Também, foi votada a Ata da Primeira Sessão Solene, a
qual obteve quinze votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Reginaldo Pujol, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch,
Carlos Pestana, Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Juarez Pinheiro,
Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Renato Guimarães, Sebastião Melo e Zé Valdir, votação esta declarada nula pelo
Senhor Presidente, face à inexistência de quórum deliberativo. Na oportunidade,
face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Marcelo Danéris e Juarez
Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos, respectivamente, acerca
da votação da Ata da Primeira Sessão Solene e do quórum da presente Sessão. Às
dezoito horas e quarenta minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e
Elói Guimarães e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria
Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Informo ao Plenário que os Vereadores
Beto Moesch e Wilton Araújo representarão esta Casa no 3.º Congresso Brasileiro
do Ministério Público de Meio Ambiente e 2.º Encontro Regional do Instituto “O
Direito por um Planeta Verde”, a ser realizado de 2 a 4 de abril do corrente,
na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, hoje, o Grande Expediente
está destinado a homenagear os pequenos e microempresários da nossa Cidade e do
nosso País. Já se encontram aqui inúmeras autoridades que vêm prestigiar o ato
desta Câmara de Vereadores, como, por exemplo, o SEBRAE, representação da
Prefeitura, entidades, a Fundação de Economia e Estatística. Requeiro a V. Ex.ª
que possamos inverter a ordem dos trabalhos, no sentido de que o Grande
Expediente passe para a parte inicial da Sessão Ordinária de hoje.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação Requerimento, de autoria do
Ver. Juarez Pinheiro, solicitando inversão na ordem dos trabalhos, no sentido
de que o Grande Expediente de hoje, destinado a homenagear os micro e pequenos
empresários, passe para a parte inicial da nossa Sessão Ordinária. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
ao
Compõem
a Mesa o Sr. Zeca Moraes, Assessor Representante de Economia, representante do
Prefeito Municipal; o Ver. Adeli Sell, Secretário Municipal da Produção,
Indústria e Comércio; o Sr. Pedro Aurélio Zabaleta, Presidente da Associação da
Nova Azenha; a Sra. Naira Libermann, representante do SEBRAE; o Sr. Antônio
Cezar Néri, representante da Fundação de Economia e Estatística.
O
Ver. Juarez Pinheiro, proponente desta homenagem, está com a palavra.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Este Grande Expediente é um momento excepcional, Srs. Vereadores,
para homenagearmos, refletirmos e tomarmos posição relativamente a um segmento,
que é sustentáculo dos destinos socioeconômicos do País e que, em face dos
rumos globalizantes da economia, passam a correr sérios riscos. Estou-me
referindo aos pequenos empresários e microempresários. Da capacidade e coragem
desses bravos empreendedores dependem a democratização da nossa economia, a
movimentação de nossas riquezas e a criação da maior parte dos empregos e
oportunidades, principal desafio do nosso estágio de desenvolvimento, meu caro
Bronzatto, que tanto tem tratado desse tema.
Homenagearmos os pequenos
empresários e os microempresários significa chamar a atenção para um segmento
que é quem verdadeiramente está por trás do nosso crescimento, na verdade, Ver.
Ervino Besson, carregando o País em suas costas, mesmo nesse momento de crise.
São aproximadamente quatro milhões de pequenos empreendimentos e
microempreendimentos, que correspondem a mais de 98% das empresas brasileiras,
participando com 43% da renda total do setor industrial, comercial e de
serviços e respondendo por 59,4% da mão-de-obra ocupada neste País.
Homenagearmos estes
empreendedores é também chamar a atenção de que, apesar de serem os principais
responsáveis pela saúde econômica da Nação, Sr. Presidente, são também os mais
sobrecarregados, os que nunca são premiados com incentivos e benesses e os
menos privilegiados com linhas de crédito, caro Ughini. A importância da pequena
empresa e da microempresa em economias fortes do mundo inteiro tem sido
significativa. Essas empresas têm sido responsáveis pela geração da maior parte
dos empregos e da distribuição da renda, e com participação considerável nos
respectivos PIBs. Destacamos como melhores exemplos: a Itália, o Japão, Taiwan
e a Alemanha. As pequenas empresas desempenham um papel fundamental no
crescimento e na maturação de uma economia saudável. No processo de
desenvolvimento, é expressiva a contribuição desse segmento. Ao aproveitar uma
grande parcela da força de trabalho, oferecem uma resposta mais rápida às
necessidades de política econômica, Ver. Sebenelo, de extrema importância em
épocas de retomada do crescimento econômico.
A preocupação com a microempresa e com a
pequena empresa no País teve seu auge com o advento da Constituição Federal de
1988, que lhe dedicou o artigo 179, assim redigido: “Art. 179: A União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às
empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico
diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação
ou redução destas por meio de lei.”
Além da importância das
microempresas e das pequenas empresas para o crescimento econômico, é relevante
destacar que essas empresas têm uma “lógica” diferente da das grandes empresas:
enquanto as grandes empresas fomentam a concentração de renda, destruindo
postos de trabalho e estrangulando o mercado interno, as microempresas e
pequenas operam numa “lógica distributiva”, pois desconcentram a atividade
econômica, operam em cadeias longas de produtores e fornecedores, geram mais
postos de trabalho, etc...
Portanto,
podemos dizer que as microempresas e as pequenas empresas estão vocacionadas,
Srs. Vereadores, não só para o crescimento econômico, mas também para o
desenvolvimento econômico!
Como exemplo, citamos,
pesquisa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que
revelou que, de 1996 a 2000, caro Assessor Economista do Prefeito, companheiro
Zeca Morais, enquanto as empresas com mais de quinhentos empregados fecharam
sessenta e três mil postos de trabalho, as que têm até quatro funcionários
abriram setenta mil postos de trabalho. Além da lógica distributiva, as
microempresas e as pequenas empresas contribuem de diversas formas para o
desenvolvimento; cumprem um papel importante de proteção social em momentos de
crise econômica, pois criam um “colchão” que amortece os efeitos mais nefastos
dessas crises ao absorverem grande parte da mão-de-obra que cai no desemprego;
contribuem também, para diminuir os desequilíbrios regionais e a concentração
urbana.
Srs.
Vereadores e Ver. Pedro Américo Leal, que trata do tema, a existência de uma
nova realidade econômica internacional, na qual o capital passou a não ter
fronteiras, e o contínuo surgimento de novos modelos de organização, baseados
no conhecimento e na informação, passaram a impor novos padrões competitivos à
economia mundial. Tais fatos, associados à recente abertura de mercado,
promovida pelo Governo brasileiro, com a crescente entrada de produtos
importados, além de despertar o setor empresarial para esse cenário, lançaram
um enorme desafio para a sobrevivência das microempresas e das pequenas
empresas.
Diante
desse desafio, cabe a nós, sociedade e instituições brasileiras, e a esta
Câmara de Vereadores também - e aqui, convoco um Governo que se tem
comprometido com essas lutas, o nosso Governo Municipal - assumirmos a nossa
responsabilidade. Como este momento, Ver. João Antonio Dib, não é apenas um
momento de homenagem, mas é um momento de reflexão e contribuição, queremos
oferecer a nossa colaboração para impulsionarmos um grande movimento de criação
de políticas públicas nesse setor, como o requerido aqui pelos nossos
microempreendedores.
E
são duas as propostas que fazemos. A primeira delas, a criação de um Fórum
Permanente para discussão e formulação de políticas públicas para
microempreendimentos e pequenos empreendimentos. E que o Governo Municipal
possa construir, juntamente com esse setor magnífico da economia desta Cidade e
deste País, um seminário para discutir esses temas de formulação de políticas
públicas e, se possível, caro antigo Secretário Estadual na nossa SEDAI e,
atualmente, assessor do Prefeito, estamos reivindicando - e isso foi discutido
com os nossos empreendedores - a possibilidade de participação, através de um
eixo temático no Congresso da Cidade para que possamos, nesse espaço, discutir
a formulação de políticas públicas.
Para
encerrar, Sr. Presidente, queremos dizer que a sociedade brasileira vive um
momento, e nossa Cidade não pode perder essa oportunidade. Está em jogo, sem
que talvez tenhamos nos dado conta, se a Porto Alegre que emergirá - e fez
aniversário ontem - nesse início de século e milênio será uma cidade
economicamente diversificada, equilibrada entre pequenos, médios e grandes
agentes econômicos, e se conseguiremos fazer com que o crescimento econômico se
transforme em desenvolvimento econômico e social. Para isso, está em nossas
mãos soldar uma aliança entre os interesses hoje representados nesta Casa para
dar um passo decisivo em direção ao Brasil que todos nós almejamos. “Vida longa
aos pequenos empresários e aos microempresários da nossa Cidade e do nosso
País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registro as presenças dos Srs. Valdir
Bronzatto e Alécio Ughini e também do nosso Cláudio, da Banca 43, entre outros.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente pelo tempo que lhe
cede a Ver.ª Maria Celeste.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Eu agradeço fraternalmente à colega Ver.ª Maria Celeste pela
cedência do seu tempo para que eu pudesse me pronunciar desta tribuna no
período de Grande Expediente.
Quero
saudar este Plenário repleto de pessoas tão amigas, tão queridas que eu estou
vendo daqui. Duzentos e trinta e um anos - e esta Casa teve a oportunidade de
festejar aqui - da nossa querida Porto Alegre! Eu quero, de uma forma muito
especial, saudar o Ver. Juarez Pinheiro, que teve esta brilhante idéia, de
homenagear esta categoria, a categoria de pequenos, médios empresários,
comerciantes da nossa cidade de Porto Alegre. Nesta história dos 231 anos da
nossa Cidade, essa é uma categoria que tem deixado a sua marca, pelo seu
trabalho, pelo seu desenvolvimento, pelas suas lutas. Portanto, jamais esta
Cidade poderá esquecer o que vocês representaram e continuam representando para
o engrandecimento da nossa Cidade.
Eu
me recordo, nos anos 70... Acho que muitos de vocês ainda devem se lembrar
daquela grave crise na farinha de trigo. Eu fazia parte do Sindicato da
Indústria da Panificação - e, com muito orgulho, hoje, quando há algum tempo
disponível, eu participo das reuniões, porque é uma história de longos anos,
que não podemos esquecer - e me recordo que, naquela época, houve um grande
movimento com pequenos e médios empresários. A crise da farinha, naquela época,
recordo-me que - não só eu, que fazia parte de uma panificadora, mas outros
panificadores da Cidade - esses empresários, comerciantes guardavam a farinha
de trigo, mas não explorando no preço. Para que as panificadoras pudessem ir lá
e comprar a farinha, eles a vendiam no preço normal para que as panificadoras
pudessem ter o pão, o alimento mais sagrado do dia na mesa dos consumidores.
Portanto,
nada mais justo, no dia de hoje, do que a brilhante idéia do Ver. Juarez
Pinheiro de prestar essa homenagem a vocês.
Sei
que muitos gostariam de estar aqui, mas não puderam, mas fica aqui esse
registro e um pedido a vocês: transmitam, em nome desta Casa, em nome deste
Vereador, pelo carinho que tenho por esta categoria, o nosso fraterno abraço e
o nosso reconhecimento por tudo aquilo que vocês representam para a economia da
nossa Cidade.
Em
breve, meu caro Presidente, Ver. João Antonio Dib, estaremos aqui, os 33
Vereadores, discutindo o Projeto do Ver. Juarez Pinheiro.
Eu
tenho falado várias vezes e vou falar quantas vezes forem necessárias. Há
muitas dúvidas em relação a este Projeto, mas, mais uma vez, nesta tribuna,
peço às entidades, às associações, enfim, a todo aquele segmento que tem uma
aproximação e tem idéia do que representou, como disse, e continua
representando essa categoria, meu caro Ver. Pedro Américo Leal, uma categoria
que poderá, queira Deus que isso não venha a acontecer, ser extinta da nossa
Cidade... Por que digo isso, meu caro Presidente? Porque há um Projeto de Lei
que vamos discutir nesta Casa. Se nós temos condições aqui de salvar essa
categoria, por favor, meus colegas Vereadores e Vereadoras, vamos analisar este
Projeto com muita profundidade e com muita tranqüilidade. Eu tenho ouvido
idéias de vários Vereadores, alguns contrários a este Projeto, mas quero dizer
a vocês de forma muito tranqüila: vamos analisar este Projeto com muita
profundidade, porque alguns se pronunciaram nesta tribuna dizendo que há um
Projeto maior que venha a prejudicar, caso votemos favoravelmente este Projeto;
não vai ser isso que vai acontecer. Se nós votarmos esse Projeto, e formos
aprová-lo, espero que esta Casa aprove este Projeto, meu caro Ver. Reginaldo
Pujol - parece-me, não tenho certeza, que V. Ex.ª é o Relator deste Projeto. Se
depois a Assembléia votar um outro Projeto, automaticamente será um Projeto
maior que vai derrubar o Projeto aqui da Câmara. Porque este Projeto está na
Justiça, como já disse, e a Justiça é morosa, de repente levará dois, três
anos, e a maioria dos nossos pequenos e médios comerciantes vai desaparecer
desta Cidade. Acho que a Casa não quer isso, nenhum segmento vai querer que
isso aconteça.
Portanto,
encerro o meu pronunciamento parabenizando-os mais uma vez pela luta, pela
história de vocês, por tudo o que vocês representaram, representam e
continuarão a representar na história dos 231 anos da nossa querida Porto
Alegre. Um fraterno abraço a todos.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Adeli Sell acaba de ser chamado a
sua Secretaria para a solução de um problema urgente. Ele está pedindo licença
para se retirar. Concedida, nobre Vereador. (Palmas.)
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Nereu
D’Avila, em Grande Expediente.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu ia fazer uma sugestão ao Ver.
Adeli Sell, mas ele fugiu. O ser humano se distingue de outros semelhantes seus
na escala zoológica por algumas coisas que são fundamentais, entre elas o
afeto, a emoção, mas especialmente uma coisa que se chama “artefato”. Porque o
artefato é alguma coisa que se usa para fazer o objeto de arte, que só é objeto
de arte porque é do ser humano, pois o ser humano tem na ponta de seus dedos o
que nós chamamos de psicomotricidade fina. A finesse desse movimento dos dedos, que é comandado pelo cérebro e
pelo nosso psiquismo, confere duas coisas fundamentais à obra de arte. E a obra
de arte confere o belo. O belo é a arte, e a arte, sendo o belo, nos dá a
sensação de harmonia e de prazer que compensa as nossas desarmonias interiores.
Estou
falando isso não para dar um tom professoral ao que eu gostaria de falar, mas
para dizer que houve um historiador maravilhoso chamado Henry Pirrène, francês.
Ele escreveu o livro Nascimento das
Cidades. Os artesãos faziam pequenas obras de arte e as vendiam. Aos poucos
eles tiveram a idéia da feira, e a feira, Ver. Juarez Pinheiro, se fazia de ano
em ano, de dois em dois anos, de cinco em cinco anos, e são a origem de grandes
cidades européias, que nasceram como feiras. Pois é isso que eu gostaria de
frisar.
Aí
vem, especialmente depois do Renascimento, a idéia da moeda, e na idéia da
moeda a idéia da troca. Essa troca em que a moeda era apenas a expressão de uma
idéia metalizada da troca, e até esta se transformou em mercadoria, e se
transformou em arte. O pequeno artesão passou a ser, também, o pequeno
comerciante. As feiras, hoje, têm exatamente esse papel, não só as pequenas
feiras dos bairros, onde vamos fazer compras uma vez por semana para dar
continuidade a nossa conservação da vida, através de uma despensa fornida pelos
pequenos artesãos, pelos pequenos comerciantes, pelos pequenos vendedores, mas
também nos dá uma idéia de “desdivinização” da moeda.
Esse processo do
microempresário, seja ele incluído como iniciativa própria dos
microempresários, seja ele na constelação de uma grande empresa, em que
microempresa também tem um papel excepcional e fundamental e funciona como um
retroalimentador da grande empresa, pois essas micros e pequenas empresas se
tornaram na sociedade industrial, Ver. Juarez Pinheiro, em alguma coisa
daquelas antigas guildas, em que os artesãos se reuniam para poder formar as
suas feiras, fazer as representações e passar como autoconservação, como
sustento próprio. Esse trabalho de microempresa, que é um trabalho amoroso, que
é uma prestação de serviço, que é um presente de arte, muitas vezes na
culinária, Antoninho - e o teu restaurante é um desses exemplos maravilhosos do
orgulho que eu tenho de Porto Alegre, por estar freqüentemente sendo servido, e
servido no sentido mais afetivo da palavra por pessoas tão maravilhosas, como
na tua casa, como na casa do Cláudio, como na do meu querido companheiro de
Conselho do Internacional, o Alécio Ughini, o Doutor Presidente da Bronzatto,
que faz para nós exatamente essa distribuição de um produto industrial que é a
base do conforto de nossas casas. Isso tudo faz com que haja duas coisas que o
meu Partido cultua de uma forma intensa, o PSDB: é o pleno emprego. Eu sei que
temos desempregos, mas se alguma de emprego tem neste Brasil, em grandes
proporções e com muita dignidade, e formando gerações inteiras, alimentando e
educando, é através da pequena e da microempresa. Pois é isso que estamos
festejando, pois é por isso que gostamos de falar dessas coisas que mexem com o
nosso coração, quando nós saímos de bermudas e tênis pela Cidade a comprar
bugigangas, coisinhas pequenas, presentes para a namorada, bijuterias,
artesanatos, onde tem, além de tudo, não só essa fabricação em série como
aqueles velhos comerciantes de especiarias da Idade Média, mas também agora,
hoje, reproduzimos tudo isso na Cidade, com alguma coisa dentro do sistema
capitalista muito mais amena e muito mais inteligente. Muito mais amena, porque
tem afeto, e inteligente porque promove desenvolvimento. Inteligente, porque
garante emprego para as pessoas, mas principalmente inteligente, Sr.
Presidente, porque é uma grande melhora das relações humanas. E o mundo precisa
melhorar, e as relações humanas são feitas nos mercadinhos, nos armazéns, nos
botecos, nas esquinas e nas grandes cidades. E uma cidade só é grande se tiver
botecos, se tiver esquinas, se tiver papo, amor, num mundo que precisa
desesperadamente de fraternidade, num mundo em que um pai precisa gostar mais
de seu filho, em que um médico precisa tratar melhor o seu paciente, mas,
principalmente por intermédio desse ensinamento básico das pequenas e médias
empresas. Solicito às autoridades municipais que construam uma porção de
briques em Porto Alegre para que não haja desemprego, para que os artesãos
possam voar para as nossas praças, trazendo a felicidade, distribuindo ilusões
e sonhos.
Por fim, encerro, Sr.
Presidente, dizendo que um dos meus maiores encantos da minha infância foi a
minha relação com esse tipo de comércio, com a pequena e com a microempresa.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A
Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra em Grande Expediente.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Não apenas quem é originário do
interior do Estado, que – principalmente na época da ditadura militar – migrou
para os centros urbanos. Com certeza, os centros urbanos se expandiram por uma
responsabilidade cujo resultado aqui está nesta Casa hoje, na figura de algumas
pessoas que aqui estou vendo, da microempresa, pequena e média empresa.
Com certeza, antes da minha fala, muitos
devem ter dito que, da grande maioria da nossa mão-de-obra, entre homens e
mulheres, a mulher é a grande maioria no mercado. Essa área, em especial, é que
a dá sustentação. Hoje, nós sabemos que 30% da população são mulheres chefes de
família.
Queria “pegar um gancho” nisso, porque
nós sabemos que aqui também está imbuída a questão da abertura ou não do
comércio aos domingos.
Vejam,
senhoras e senhores, não pode haver meio termo aqui: ou nós nos detemos e
avaliamos que a concepção, no nosso entendimento, é que a maioria que dá
emprego e sustentação interna no nosso País é a pequena e média empresa, a
microempresa e o comércio, ou nós voltamos àquilo que vem, numa descendente
concepção, caindo por terra, de que as grandes indústrias, de os grandes shopping é que, realmente, geram
empregos. Ou nos detemos no fato de que há espaço para uma economia solidária,
que há espaço para um outro viés e o fortalecimento desse item tão importante
que nós estamos discutindo, ou nós, de fato, vamos ter uma grande reversão e
vamos colocar em prática aquilo que acontece, hoje em dia, na prática, que é a
questão do grande deus supremo a quem, hoje, temos que nos prostrar, que é o
mercado, um mercado absolutamente dominador, um mercado que absolutamente
canaliza para a guerra. Basta ver o que está acontecendo no mundo inteiro,
hoje, voltado para a questão do Iraque, com o grande Golias do mundo chamado
Estados Unidos, que querem hegemonizar.
E
nós, aqui, temos, sim, pessoas sérias e responsáveis nessa área. Ainda bem, que
são lutadoras e que estão influenciando, não apenas o nosso Estado, mas também
estão influenciando, em nível nacional, para que esse olhar para a soberania do
nosso País também passe por aqui.
Porque
nós só teremos e continuaremos a ter soberania se nós valorizarmos o que é
nosso. Isso não significa que nós não queremos nos articular com outros grupos
internacionais. Mas nós sabemos que, para nos articularmos, temos que estar
fortes para podermos sentar à mesa e dizermos: esse é o nosso produto, essa é a
nossa vida, essa é a nossa gente e essa é a nossa cara! Aí, sim, não há
problema nenhum em disputarmos com as multinacionais ou com outros segmentos. E
isso são concepções, isso é ideologia, isso são visões diferenciadas.
Eu
quero parabenizar o meu companheiro, Ver. Juarez Pinheiro, por essa iniciativa,
porque nós todos, de certa forma, estamos nesta Casa indo por um caminho que,
eu acredito, com certeza, com a sensibilidade de todos, vamos aprovar e fazer
com que a sociedade, cada vez mais, se integre conosco na Casa do Povo, para
que possamos vencer essa batalha. Não é apenas uma pequena batalha, é uma
grande batalha, porque é uma batalha de concepção de mundo. Visa à economia?
Visa, sim, e tem que visar mesmo, porque qualquer ideologia vai ter que administrar
a economia. Agora, nós temos uma concepção de que a média, a pequena, a
microempresa, mesmo na área do comércio - e eu sei que não é o que está aqui
sendo debatido neste momento -, é o que realmente dá vigor à economia interna,
dá vigor à continuidade dessa luta, e aqui nós afirmamos essa concepção. E
queremos ser parceiros com todos aqueles que assim a defendem, porque nós não
estamos defendendo apenas os pequenos e médios empresários, microempresários,
nós também estamos defendendo uma nova concepção: uma virada. Uma virada em
que, realmente, este País vai mostrar o seu vigor; mostrar o seu vigor na
nacionalidade, sem ser exacerbado, com um olhar para negociar para fora, mas
com a soberania necessária aqui dentro.
Nós
lutamos, mas nós também somos ternos; nós lutamos e queremos contribuir e é por
isso que nós viemos nos somar nesta homenagem, neste momento tão significativo.
E é uma honra, com certeza, para a Bancada do Partido dos Trabalhadores, poder
se somar a essa luta que é de todos nós. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra, por cedência de tempo do Ver. Pedro Américo Leal, em Grande
Expediente.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Gostaria de cumprimentar o Ver.
Juarez Pinheiro pela importância desta homenagem, e ele falou muito bem que é
uma homenagem e uma oportunidade para reflexão.
É
por isso que nós, da Bancada do Partido Progressista Brasileiro - o Ver. João
Antonio Dib, o Ver. Pedro Américo Leal, o Ver. Beto Moesch e eu próprio -,
queremos, efetivamente, homenagear e refletir os pequenos empresários e os
microempresários, os empreendedores da nossa Capital, que, efetivamente, merecem
ser homenageados, pois hoje quem empreende pode ser considerado um herói. E eu
assim entendo e sustento, porque precisa ter muita coragem para empreender nos
dias de hoje, com os elevados riscos que a nossa economia nos oferece.
Empreende-se, tem-se um problema conjuntural e vai-se a falência. Então, o
risco é elevado.
Também
o nosso ambiente mundial, hoje, de guerra, quantos riscos nos oferece; é
evidente que também oferece oportunidades, mas a maior quantidade é risco.
Precisa
ser herói para enfrentar os elevados impostos e essa quantidade imensa de
impostos que tem de ser satisfeita. Temos que enfrentar também a elevada
burocracia oficial, que emperra quem deseja empreender.
Portanto,
senhores empreendedores, considerem-se heróis!
Nós
sabemos que as microempresas e as pequenas empresas são quem mais fortalece,
quem mais colabora com o mercado de trabalho hoje em dia. Não me recordo bem o
percentual, mas, sem dúvida, parece-me que é lá por volta de 60, 70% da massa
trabalhadora que pertence à área de microempresa e de pequenas empresas. A
nossa Porto Alegre enfrenta um elevado desemprego, tudo isso os empreendedores
enfrentam. Mas o Ver. Juarez Pinheiro, que presta esta homenagem, disse também
que é um momento para reflexão, e vamos refletir, sim: o que podemos fazer para
melhorar esse ambiente, Ver. Reginaldo Pujol? V. Ex.ª, que é Líder de uma vasta
região, da nossa querida Restinga, sabe bem que quase nenhum empresário da
Restinga tem o alvará definitivo de funcionamento, porque tem problemas estruturais
anteriores. É um assunto a refletir. Podemos refletir também por que os
impostos em nível municipal são tantos e tão elevados, já que somos
considerados, em alguns casos, os campeões de impostos no Brasil. Isso tudo
recai, também, sobre a microempresa e a pequena empresa. E aí vem a reflexão:
por que não adotamos o simples? Há quanto tempo se luta para implantar o
simples e isso não acontece - fica essa reflexão. Também podemos refletir sobre
a nossa elevada burocracia. Seguidamente sou solicitado a interferir, por
exemplo, na construção da sede de uma microempresa. O projeto, no mínimo, leva
nove meses – realmente, é um parto.
Aprovar um projeto para empreender, fazer um novo negócio que vai gerar
empregos, impostos, para gerar desenvolvimento e leva um tempo desses! Depois
de aprovado o Projeto, feita a obra, vem o tal de habite-se - outro parto, mais
nove meses. Não dá para acelerar isso? Acho que a Câmara pode fazer um diálogo
para que isso não mais ocorra, para que não se emperre a atividade de empreender,
porque é o que está ocorrendo tristemente hoje. Precisamos refletir, conforme
proposição do Ver. Juarez Pinheiro. Temos de refletir também sobre os elevados
juros e sobre o que vamos fazer para que as microempresas e as pequenas
empresas tenham acesso ao crédito mais barato, mais em conta, menos
burocratizado. São reflexões que precisamos fazer. Os Srs. Vereadores também
devem refletir sobre o que nós podemos fazer para melhorar os empreendimentos
em nossa Capital. Criar leis que atrapalham, que emperram e oneram,
desestimula. E estimula o quê? Estimula o desemprego, estimula a queda de
arrecadação, estimula o subdesenvolvimento. Queremos efetivamente um novo
tempo, Sr. Presidente, no momento em que Porto Alegre festeja 231 anos. À testa
da Secretaria de Indústria e Comércio, temos o nosso colega, Ver. Adeli Sell,
que está com planos importantes para agilizar os empreendedores.
Façamos
votos de que, no aniversário de Porto Alegre, nós tenhamos novos tempos e novos
desenvolvimentos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
em Grande Expediente.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Prezados pequenos, microempresários: o Valdir Bronzatto, o Ughini -
vi alguns aí -, o Fortunatto Machado, do Mercado; o Mauro, a Dona Anadir, os
nossos representantes da Federação dos Comerciários - o seu Presidente Guiomar
Vidor, o Ceará, o Luiz -, e tantos outros, que a gente passaria a tarde aqui
nomeando, que abrilhantam esta homenagem. Queria também cumprimentar o nosso
Ver. Juarez Pinheiro, companheiro de muitas batalhas, que, com essa boa idéia,
nos permite hoje fazer algumas reflexões sobre esse importante segmento
econômico-social do nosso País. Os dados sobre o seu peso econômico, sobre o
seu peso social já foram apresentados pelo Ver. Juarez Pinheiro, que é o
promotor desta homenagem. Por isso não me vou estender sobre isso. Queria dizer
que, ao contrário do que alguns pensam, as pequenas e médias empresas não são
nenhum anacronismo econômico. Por sua iniciativa, flexibilidade, proximidade
com o consumidor e alta capilaridade na geografia da cidade são indispensáveis
para o bom funcionamento da sociedade atual, principalmente quando o gigantismo
das grandes metrópoles transforma a questão do deslocamento em um enorme óbice.
As micro e pequenas empresas, em um mundo cada vez mais impessoal e
desumanizado, são um importante elemento dinamizador das relações interpessoais
e de humanização da Cidade. São elas também um forte reduto da nacionalidade,
em tempos em que importantes setores do empresariado brasileiro foram cooptados
pelo grande capital internacional, ou por eles subordinados. Nelas ainda pulsa
com força o sentimento de nacionalidade, a defesa de um projeto autônomo para o
nosso País. É impossível pensarmos em um novo projeto para este País, como o
projeto que o povo brasileiro elegeu com Luiz Inácio Lula da Silva, sem a
participação desse imenso setor social e, em conseqüência, sem políticas
públicas voltadas ao fomento e à sustentação das micro, pequenas e inclusive
médias empresas. Aliás - às vezes, esquecemos - as micro e pequenas empresas
também existem no campo, Ver. Juarez Pinheiro: são os pequenos e médios
proprietários agrícolas, um dos setores mais progressistas do campo, em
contraste com os gigantescos latifúndios. Aqui a pergunta: quem representa o
atraso e quem representa o progresso? Não são as grandes propriedades, mas as
pequenas propriedades rurais. Também na micro, na pequena e mesmo na média
empresa, no nosso País, ainda persiste o capital nacional e nelas ainda não
houve o abandono de um projeto nacional - portanto são progressistas.
Dentro
desta homenagem geral, faço uma homenagem especial a um setor com que temos uma
proximidade maior, soldada pela luta por objetivos comuns. Refiro-me aos micro
e pequenos comerciantes - lojistas, minimercadistas, feirantes, padeiros e
tantos outros setores que os representam. Refiro-me também à luta pelo
regramento da abertura do comércio aos domingos, como era feito pela Lei
Municipal n.º 7.109, do setor de micro e pequenos comerciantes, que hoje se
encontra seriamente ameaçado de ruína, pela abertura indiscriminada do comércio
todos os domingos, fora a pressão toda do grande capital. Tanto que, nos
últimos dez anos o setor do pequeno, do micro e do médio comércio baixou de 15%
para apenas 8,5%, apesar de ser responsável por 2/3 dos empregos.
Todos
temos claro que a ruína das micro e pequenas empresas significará milhões de
empregos eliminados, além de milhões de pequenos empresários e suas famílias
que ficarão sem o seu ganha-pão. Mas, às vezes, esquecemos que atrás de cada
micro e pequena empresa há toda uma rede de representantes, fornecedores,
miniatacadistas, pequenas e médias indústrias, pequenos e médios produtores
rurais, que não têm como vender para as grandes redes, não têm como vender para
as multinacionais como a Sonae, o Carrefour e tantas outras. Portanto, a
quebra, a ruína do pequeno, do micro e do médio comércio não só elimina o
emprego e o ganha-pão de milhões de pessoas, mas afeta toda a rede de
representantes, fornecedores, miniatacadistas, pequenos produtores rurais,
indústrias. Não vou dizer aqui o seu nome, mas ontem, numa reunião com pequenos
empresários, eles nos falavam de uma empresa que eu consideraria grande aqui em
Porto Alegre, da área da alimentação, com a qual o grupo Sonae cortou o
contrato. Falavam ainda que ela só não vai quebrar, porque as redes de pequenos
e médios, microatacadistas, miniatacadistas rapidamente concertaram um acordo.
Então, o que está em jogo é muita coisa. Não é uma coisa corporativa dos
comerciários, que não querem trabalhar todos os domingos, e é justo; não é uma
questão dos pequenos e microcomerciantes, que querem manter, é da sociedade
brasileira, que tem que escolher entre o caminho da monopolização e da
marginalização da imensa maioria da sociedade, ou o caminho de uma sociedade
onde haja um grande espaço para os pequenos e médios.
Para
concluir, Sr. Presidente, com a sua proverbial paciência, eu queria dizer que
também para os consumidores é importante a existência da pequena e da média
empresa. Hoje, queima uma resistência, falta o pão, falta o leite, eu vou ao
armazém da esquina, vou à ferragem da esquina. No dia em que o pequeno e o
médio fecharem, eu vou ter que sair, pegar o carro, pagar estacionamento, ir,
quem sabe, a um, dois, três, cinco quilômetros para, num grande Centro
Comercial, conseguir o que preciso. Minha saudação, parabéns, estamos juntos
nesta luta, contem conosco! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
em Grande Expediente.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, João Antonio Dib; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Ver. Juarez Pinheiro, na
tarde de ontem, contatava conosco e nos pedia que nos manifestássemos nesta
homenagem que, por sua iniciativa, se presta aos micro e pequenos
empreendedores. Eu não sabia que estava contemplado com uma das derradeiras
inscrições que o rodízio me assegura no Grande Expediente. Havia dito ao Ver.
Juarez Pinheiro que, de qualquer maneira, iria me manifestar, pois tenho razões
de sobra para isso: sou defensor intransigente daqueles que arriscam, têm
coragem de empreender neste País. Eles são os grandes heróis nacionais.
Sou
filho, Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª sabe disso, de um bodegueiro da minha
querida Quaraí. Não sei até se, em determinado momento, o meu pai não foi um
grande empresário de Quaraí, pois naqueles 60m2, tínhamos a oferecer
ao público desde o alfinete até o carvão, tão necessário para manter a tradição
gaúcha do churrasco dominical. Sou filho de um comerciante da fronteira, que abria
o seu comércio toda a vez que uma efeméride qualquer ocorria no vizinho
município de Artigas, e que provocava o deslocamento de algumas caravanas
uruguaias que iam buscar, no comércio quaraiense, aqueles produtos que não
tinham no Uruguai.
Recordo
muito bem, menino ainda, de ouvir o meu pai me convocar aos domingos para
auxiliá-lo em algumas tarefas, dizendo uma expressão muito em voga, na época:
“O freguês sempre tem razão, e a hora em que vamos vender é a hora em que o
freguês quer comprar”.
Hoje,
as coisas se sofisticam, não se fala mais em freguês, se fala nos direitos do
consumidor, se fala nas alternativas que têm de ser dadas nas grandes cidades,
para que as atividades econômicas, Ver. Pedro Américo Leal, possam fluir
normalmente.
Eu tive, no meu raciocínio
inicial, uma única dificuldade a superar para me fazer ouvir nesta homenagem, é
que eu tenho dificuldade de conceituar o que é pequeno e o que é micro no
cenário da economia. Eu até, Ver. Juarez Pinheiro, me permitiria dizer que eu
estou homenageando o grande empreendedor que tem pequenos empreendimentos. Eu
acho que é muito mais valente aquele que começa e que vai prosperando. Eu teria
inúmeros exemplos na cidade de Porto Alegre de pessoas que tinham pequenos
empreendimentos e que, com coragem, com decisão, foram se impondo no mercado e
hoje têm belos empreendimentos, têm grandes empresas, que até suportam essa
carga tributária excessiva, que conseguem ser tributado duas vezes, serem
onerados na sua folha de pagamento, serem onerados no seu faturamento, serem
onerados nos seus tributos, mantendo uma relação de trabalho complicada por uma
legislação obsoleta, que precisa ser modernizada, enfrentando, inclusive,
situações inimagináveis no seu relacionamento com a burocracia estatal e que,
mesmo assim, continuam na Azenha, na Assis Brasil, no Mercado Público, na minha
Restinga, no Passo das Pedras e em todos os pontos de Porto Alegre e por este
Brasil afora a acreditar nas suas atividades e desenvolver os seus
empreendimentos.
Sei
que hoje e agora não é o fórum para nós discutirmos algumas situações com as
quais nós vamos ter que nos deparar muito em breve aqui na Casa, como já nos
deparamos anteriormente. Nem vou reafirmar posições, porque, afinal de contas,
Porto Alegre inteira não desconhece as minhas posições, que sempre foram muito
cristalinas, muito transparentes. Eu sou a favor da liberdade de comércio. Eu
defendo o consumidor. Eu defendo a máxima que aprendi com o meu pai: “Que o
freguês sempre tem razão”.
E
quando o Ver. Fortunati, em determinado momento, propôs um plebiscito, nesta
Cidade, a respeito de um tema sempre discutido nesta Casa - a abertura do
comércio aos domingos - lembrei-me da expressão do meu velho pai para dizer o
seguinte: o grande plebiscito se dá pela decisão do consumidor. O consumidor,
se for comprar em um determinado dia, em determinada hora, ele estará aprovando
a iniciativa de abertura do comércio. Se não o for, ninguém vai ficar com a sua
empresa aberta se não for para comercializar os seus produtos.
Mas
nós estamos falando do pequeno empreendedor, e esse não existe só no comércio.
Há os artesãos, que, neste País, muitas vezes, foram os iniciantes de belos
estabelecimentos industriais. Há os prestadores de serviço, a maioria dos
quais, hoje, chegam ao extremo de dizer que não querem crescer. Que querem
continuar sendo apenas um prestador autônomo de serviço, porque, para contratar
um funcionário, vão se submeter a uma regra burocrática e uma relação de
trabalho tão complicada que é preferível continuar daquele jeito.
Então,
eu quero dizer, como liberal, assumido, como democrata coerente com o meu
propósito, que não vim aqui hoje homenagear o pequenino. Eu vim aqui homenagear
o grande. Aquele que não pode ser condenado a ser pequeno a vida inteira,
porque não pode ter o seu crescimento impedido por nenhuma regra.
Eu
estou, aqui, homenageando os homens e as mulheres que, neste País complicado,
neste País cartorial, de burocracia excessiva, de tributação mal dirigida,
ousam em continuar acreditando na sua capacidade de empreender.
A
eles, eu acrescento o meu abraço e a minha solidariedade. Certo de que, em um
País onde o progresso se expandiu sob o dorso de uma mula, conduzido pelos
nossos mascates, que foram interior afora comercializar os seus produtos,
desconhecer o esforço individual de cada um e tentar, por qualquer forma que
seja, obstar o seu crescimento é penalizar a produção em favor da ociosidade.
Àqueles
que produzem, aqueles que empreendem neste País de Deus, eu quero, não só
apresentar as minhas homenagens, mais do que isso, apresento o meu respeito e a
minha admiração. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
por cedência de tempo do Ver. Renato Guimarães em Grande Expediente.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Agradeço, Ver. Renato Guimarães, pela
cessão do tempo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da
mesa e demais presentes.) Querido Bronzatto, que já foi referido, que é um
pequeno empresário, que se notabilizou pela sua luta na defesa da sua
categoria; também aqui quero saudar o modelo de micro e de pequena empresa que
é comandada pelo Antoninho Gambrinus, conhecidíssimo da nossa Cidade e todos os
integrantes desse segmento importantíssimo, vital da economia, que é o microempresário
e a pequena empresa. Saúdo, evidentemente, o Ver. Juarez Pinheiro que traz para
as comemorações da Cidade esta celebração, este ato em que a Cidade, em que os
seus representantes têm a oportunidade de homenagear este segmento que
construiu também a cidade de Porto Alegre, a história dos 231 anos da cidade de
Porto Alegre. Então, Ver. Juarez Pinheiro, este é um grande momento para a
Cidade que, durante o seu aniversário, traz um segmento que foi vital na
beleza, no engrandecimento da cidade de Porto Alegre que são os micro, os
pequenos e médios empresários. Dizer-se do microempresário, da pequena empresa,
dos pequenos empreendimentos, da suas qualificações na economia já aqui, até
certo ponto, foram listados, mas gostaria de dizer que o microempresário, a
pequena empresa fazem a democratização da economia. Esse é um dado importante,
até pelo número que ela representa na economia. Se nós pegarmos a economia,
seja ela porto-alegrense, rio-grandense ou brasileira, vamos ver que a maioria,
um grande capital da economia, está na mão do pequeno, médio e microempresário,
tal a sua difusão pelos diferentes setores da economia, no campo da
industrialização e, principalmente, da comercialização, prestação de serviços,
economia terciária, no campo e na cidade. Aí está essa legião magnífica e
imensa de pequenos, médios e microempresários construindo, Ver. Raul Carrion, a
grandeza deste País. E já se disse da tribuna que nós precisamos encontrar
caminhos para que o pequeno, o médio e o microempresário tenham facilitado os
seus empreendimentos, nos mais diferentes campos, principalmente, no campo
burocrático. Nós somos um País extremamente burocratizado, é bom que se firme,
Bronzatto, isso aqui hoje: burocratizado! E essa burocratização é como um
entulho no caminho da atividade empresarial do pequeno e médio empresariado,
que, muitas vezes, não têm aqueles aparatos que a grande empresa tem, não têm
aquelas grandes influências – não estou condenando, apenas registrando. O
pequeno, o médio e o microempresário, muitas vezes não têm aquela mão forte que
os grandes grupos têm. Então, temos de facilitar, criar condições objetivas. A
questão tributária é importante, porque, se nós pegarmos o pequeno
empreendimento, nós vamos constatar que é o que mais emprega, proporcionalmente,
pela natureza da sua atividade. Este fator é fundamental para a sociedade: o
emprego. É uma das coisas sagradas; o cidadão que tem um emprego tem a
dignidade. Não há dignidade sem emprego; há miséria.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando Porto Alegre comemora 231 anos, esta
Sessão vem no momento oportuno, porque os empresários, o pequeno, o médio e o
micro empresário construíram essa beleza magnífica de cidade que é Porto
Alegre.
Então,
a Casa, durante os seus 231 anos, está homenageando alguém que representa e
representou os verdadeiros alicerces de Porto Alegre, Ver. Juarez Pinheiro,
desta grande Cidade, desta magnífica e bela Cidade, banhada por esse manancial,
que é o nosso rio Guaíba, com esse pôr-do-sol maravilhoso, que, ao entardecer,
na lâmina do rio cria todo um ambiente com um verdadeiro cromatismo,
valorizando a qualidade de vida da Cidade.
Portanto,
senhores pequenos, médios e microempresários, recebam a nossa saudação. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
em Grande Expediente.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Inicialmente quero sublinhar, gizar, com muita alegria, essa
iniciativa, essa proposição do nosso colega Ver. Juarez Pinheiro, que veio em
boa hora, quando estamos num debate grande nesta Casa sobre a questão da micro
e pequena empresa na Cidade. Então, foi uma iniciativa louvável e quero cumprimentar
V. Ex.ª por proporcionar esse Grande Expediente.
Inicialmente,
esta Casa não tem faltado aos pequenos e microempresários. Esta Casa, em vários
momentos, historicamente - eu falo como Vereador de primeira Legislatura -,
tem-se afirmado na defesa dos pequenos, médios, e microempresários e também dos
comerciários.
Lamentavelmente,
o princípio federativo está sendo quebrado aqui no Rio Grande do Sul no que diz
respeito a essa matéria. A Constituição Federal estabeleceu com clareza
meridiana: aquilo que é competência do Município é do Poder local. Não há razão
de eu ter uma Câmara Municipal para dar apenas Título de Cidadão, isso deve ser
um acessório, ou nome de ruas, mas ela tem de legislar sobre questões que têm
relação com a cidadania. Inteligente, na medida em que nós não podemos comparar
o comércio de Porto Alegre com o comércio de Alagoas ou de Pernambuco. Existem
peculiaridades. Por isso, ele, o legislador, entendeu que deveria remeter isso
para o Poder local. O que estamos vendo aqui? A legislação, Ver. Juarez
Pinheiro, que todos nós conhecemos, de 1992, é uma extraordinária legislação,
que é aquela que permitia a abertura do comércio pequeno, mas também não
proibia a abertura do grande, desde que houvesse a negociação entre patrões e
empregados, porque numa democracia é assim que se constitui a boa relação, não
é fazendo a subordinação e dizendo que tem que trabalhar de qualquer jeito,
como o patrão quer. Isso não é correto.
Então,
eu diria que a legislação que vem de 1992 e, depois, com a última modificação -
que é uma legislação também de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que não se faz
presente neste momento - caminha nessa direção. Hoje, estamos sub judice nesta matéria e estamos aí
então num momento muito delicado, quando se vê que os negócios estão diminuindo
e que as portas estão fechando, dos quase oito mil pontos de comércio que
existem na cidade de Porto Alegre. Essa é a realidade. E quando eu ouço e
quando vejo, num debate, sem nenhuma fundamentação, dizerem: “Abrir o comércio
dos grandes aos domingos vai dar mais emprego”, eu confesso que não fui
convencido disso até hoje. Agora, se alguém disser que o salário mínimo passará
de 200 para 400 reais, nós vamos aumentar a venda neste País; mas não dizerem
que aumentar um dia de venda é aumentar a venda neste País, porque o poder de
compra vai continuar o mesmo.
Mas
os Poderes Públicos, sejam eles a União, Estados e Municípios, têm sido
extremamente deszelosos com a pequena e micro empresa. Há muitas propagandas
nos mais diversos níveis, Secretário Zeca Moraes, de qualificação dos pequenos
empresários, mas a prática não tem mostrado isso. Os juros neste País são
exorbitantes para os grandes, para os médios e especialmente para os pequenos.
Não há como ampliar os negócios com os juros exorbitantes das taxas praticadas
no nosso País. Dos impostos, de uma carga tributária de tudo o que se arrecada
neste País, 36% acaba caindo no cofre dos Poderes Públicos, e, pior, no cofre
da União, que é aquela que está mais longe, porque não se mora na União, no
Estado, mora-se num bairro, numa rua e, portanto, num Município.
E
esta reforma tributária tem que definir competência, porque não adianta dizer
que a Saúde é do Município e eu não dar saúde para o Município.
Portanto,
nós achamos que esta homenagem vem em um bom momento de um retempero de uma
discussão que é permanente. E ela não pertence a um Partido, a uma frente
política, a um Governo, mas ao conjunto da sociedade, especialmente aos setores
não-governamentais, que são as entidades não-governamentais.
Então
eu quero dizer que os médios, pequenos e microempresários não têm só a nossa
solidariedade, não, mas têm o nosso esforço contínuo, Ver. Ervino Besson, de
muitos destes Vereadores, na sua grande maioria, que têm estado ao lado dos
senhores, porque nós sabemos que o pequeno comércio – lá da fruteira, lá do
mercadinho – sobrevive durante a semana e no final de semana, na sua abertura,
ele consegue aumentar ou melhorar a venda, para poder resgatar os cheques
pré-datados que foram para as compras. Essa é a realidade! E quando um grande
abre, nós sabemos que a venda cai de 30 a 40%. E aquela cadeia produtiva e
aquela cadeia intermediária também têm uma sustentação de emprego, porque não é
só a ponta, é o cidadão do caminhão, é o cidadão do abatedouro, é o cidadão que
faz o transporte do hortifrutigranjeiro!
Então,
portanto, nós precisamos construir uma nova lógica, que é a de qualificar a
relação do Poder Público com aquilo que estamos vendo lá, ou seja, produzir
políticas públicas para os pequenos e médios empreendimentos. Nós temos que
sair do discurso e ir para a prática: juros de 4% para o pequeno empresário,
nem para o médio e nem para o grande. As taxas são muito altas neste País,
tanto municipais como estaduais como nacionais, há falta de segurança e de uma
série de políticas públicas.
Antes
de encerrar, quero saudar, também, o Sr. Antônio Cezar Néri, representante da
Fundação de Economia e Estatística, que se faz presente, e fazer uma saudação
muito especial a quem me visita hoje, o nosso Conselheiro da OAB Seccional, Dr.
Marino Otero, que também estava no meu gabinete.
Ao
encerrar, Sr. Presidente, faço um apelo a V. Ex.ª: nós estamos completando 231
anos, e, quando eu vejo aqui figuras que marcam a história do Mercado Público,
dos pequenos negócios, se V. Ex.ª assim permitir, que nós possamos tirar uma
foto dos pequenos empresários aqui, com todos os Vereadores, para que este
momento fique marcado na história do nosso Legislativo, da nossa Câmara e no
nosso aniversário de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa aceita a sugestão de V. Ex.ª. Ao
término da homenagem, quando fizermos as despedidas, nós poderemos fazer esta
foto, que vai registrar um momento importante dos 231 anos da Cidade. (Palmas.)
O
Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores aqui presentes. Quero, inicialmente, cumprimentar por esta
iniciativa o meu amigo Ver. Juarez Pinheiro, no sentido de prestar esta
homenagem aos micro e aos pequenos empresários.
Quero
dizer, senhoras e senhores, que sou filho de um pequeno empresário, fui criado
atrás de um balcão de um armazém, onde tivemos a oportunidade, em diversas
localidades, de nos estabelecermos em armazéns, em feiras livres. Trabalhei de
balconista de padaria em comércio ambulante. E quando eu vejo na Câmara
Municipal de Porto Alegre uma homenagem aos micro e pequenos empresários, eu
uso aqui o meu tempo de Liderança, pois não estou inscrito hoje no Grande
Expediente, para homenagear esses que dão a grandeza à nossa Cidade, ao nosso
Estado, ao nosso País.
Sabemos
da luta pela sobrevivência dos pequenos e microempresários que, muitas vezes,
sentem-se só pelo abandono dos nossos governantes, nas lutas e nas
dificuldades.
Quero
dizer, Srs. Vereadores, que eu não os considero pequenos empresários, mas os
considero, sim, como comerciantes, homens e mulheres, que lutam para o
engrandecimento da nossa Cidade e também do nosso Estado.
Esta
homenagem, Ver. Juarez Pinheiro, num momento em que Porto Alegre completa 231
anos, veio a calhar, no momento em que nós vemos - nós que andamos pelas ruas
da Cidade do nosso Estado - a importância de termos as portas abertas dos
pequenos e dos microempresários. Eu lamento que, muitas vezes, infelizmente nós
vemos todos os rios correndo para o mar, quando o comércio que era para estar
nas mãos de um número maior de pessoas, infelizmente, a cada dia que passa
notamos que está indo para mãos de poucos.
Eu
sou um Vereador com o qual os senhores podem contar naquilo que for preciso,
porque nós queremos que cada dia mais, não somente Porto Alegre, mas todo o Rio
Grande do Sul venha a ter mais o pequeno e o microempresário. E repito: não são
pequenos e não são micro, são grandes empresários. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Sr. Pedro Aurélio Zabaleta está com a
palavra.
O SR. PEDRO AURÉLIO ZABALETA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Muito nos honra a posição de
estarmos representando aqui os homenageados, os pequenos empreendedores da
cidade de Porto Alegre.
Estamos
fazendo esta representação também em nome da Coordenadoria das Associações
Empresariais de Bairros de Porto Alegre - CAPA. Vou citar algumas associações
que se encontram presentes e que compõem esta entidade: Associação Comercial da
Tristeza; Associação dos Comerciantes do Mercado Público Central de Porto
Alegre; Associação dos Minimercados, Mercados e Padarias de Porto Alegre;
Associação dos Comerciantes da Rua Voluntários da Pátria; Associação
Empresarial Nova Azenha; Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania;
Associação da Cristóvão Colombo. Existem outras ainda, como a Associação dos
Empresários do Porto Seco.
É
um grande prazer receber esta homenagem. É também importante o que já foi
ressaltado, que, além da homenagem, este é um momento de reflexão. Esta
reflexão não pode mais ser adiada, senhores. Hoje, coincidentemente,
encontramos uma matéria muito importante num dos jornais de destaque da nossa
Cidade, o Jornal do Comércio. É uma
matéria toda dedicada ao varejo da nossa Cidade.
Permito-me citar uma manifestação, que é de fundamental importância para o assunto que estamos tratando aqui, de um Diretor Superintendente de uma das maiores redes de varejo do Estado do Rio Grande do Sul diz - e é destacada a sua manifestação em grandes letras: “O grande desafio das empresas é reinventar as empresas, porque se a pizza não vai crescer, a expectativa é de que eu quero o maior pedaço”. Os grandes empreendimentos, mais capacitados economicamente e mais qualificados no seu corpo profissional são obrigados, hoje, a fazer esse tipo de enfrentamento no mercado. Não importa se o mercado vai crescer ou não; nós vamos crescer sobre a concorrência, porque na moderna economia diz-se que quem não faz poeira, come poeira. Nesse processo, acelera-se a fragilização dos pequenos empreendimentos que tendem a ser excluídos. No mundo moderno, o pequeno empreendimento é o responsável pela geração de empregos, como já foi diversas vezes citado aqui, não precisamos repetir exaustivamente isso. Mas é necessário entender que, quando se afeta a pequena empresa e afeta-se o número de postos de trabalho disponíveis, na realidade, estamos afetando aquele ente chamado mercado. Sem trabalho, sem renda, não há consumidores, e sem consumidores, não há mercado. E não havendo mercado, acabou-se a economia. E se a economia for apenas informal, acabou-se a arrecadação. E se não temos arrecadação, como vamos sustentar o Estado? Nessa linha de raciocínio, podemos verificar que a sustentabilidade da nossa sociedade fica ameaçada no decorrer desse processo.
Por
favor, senhores, agradecemos muito as manifestações de todos os Vereadores,
todas nos foram simpáticas e favoráveis, mas não queremos que o entendimento
dessa homenagem, dessa reflexão fique presa a um dos assuntos que está sendo
debatido nesta Cidade, que é o domingo. Este momento é muito maior do que aquele
debate. Este é um momento de tentarmos refletir sobre a organização da nossa
economia e sobre o que podemos fazer por ela. É um debate que interessa a todas
as correntes de pensamento, a todas as ideologias, a todos os partidos
presentes nesta Câmara. Desejamos que, a partir deste momento, possamos
pretender constituir na cidade de Porto Alegre um conselho ou um fórum de
debate do desenvolvimento econômico. Não podemos mais assistir passivamente ou
desarticuladamente ao que está acontecendo. Em vários lugares da Cidade, em
vários fóruns da Cidade, fala-se sobre a necessidade de incluir o debate
econômico no debate da democracia. Não haverá democracia se não houver melhor
distribuição da renda, se não houver a diminuição da exclusão social. Não
podemos conceber a democracia ou o seu aprimoramento dessa maneira. Espero que
os Srs. Vereadores e a Comissão de Desenvolvimento desta Casa avaliem essa
proposição e a sua oportunidade. Entendemos que já estamos atrasados nesse
movimento.
Muito
obrigado por todas as manifestações de apoio, que nos dão alento e demonstram,
obviamente, como sempre, que estamos nos manifestando no lugar certo. Esta é a
Casa do Povo, e democracia é uma palavra que contém povo, e o povo não pode
mais viver sem estar incluído na economia, uma economia que esteja a serviço do
homem, e não que se sirva do homem. Muito obrigado por todas as manifestações
carinhosas. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Neste momento, encerra-se o Grande
Expediente que hoje foi destinado a homenagear os micro e pequenos empresários.
Aproveito a oportunidade para agradecer as presenças do Sr. Zeca Moraes,
Assessor Economista do Prefeito; do Ver. Adeli Sell, Secretário da Indústria e
Comércio; do Sr. Pedro Aurélio Zabaleta, representante e Presidente da
Associação Nova Azenha; Sr. Dagoberto Machado, representante da FECOMÉRCIO;
Sr.ª Naira Libermann, representante do SEBRAE; Sr. Antônio Cezar Neri,
representante da Fundação de Economia e Estatística; e os demais pequenos
comerciantes que aqui estiveram hoje.
Suspenderemos
a Sessão por dois minutos para que os Vereadores, atendendo a proposição do
Ver. Sebastião Melo, possam fazer uma fotografia registrando o momento dos 231
anos da Cidade.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h03min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães -
16h10min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, nós estamos,
rigorosamente, neste momento, há quase uma semana com a pauta trancada, em função
de cerca de dez Vetos que trancam qualquer votação nesta Casa. Hoje, já houve
uma homenagem aos micro, pequenos e médios empresários, e nós temos de andar
com os nossos trabalhos de votação para desobstruir a pauta. Conseqüentemente,
nessas circunstâncias, nós, atendendo a um apelo de um grupo de Líderes desta
Casa, preocupados com a tramitação dos projetos e votações, apresentamos
Requerimento no sentido de que, preservadas as Comunicações de Liderança,
entremos, imediatamente, na Ordem do Dia. No entender destas Lideranças, as
Lideranças que não concordarem com a posição do conjunto de Lideranças, na
realidade estão querendo obstruir a pauta.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Só por uma questão de ordem, Sr.
Presidente, ao formular um Requerimento, os Vereadores aqui não podem
constranger os outros Vereadores a dizerem: quem vota “sim” é assim, e quem não
vota “sim”, não é assim. Porque, por várias vezes, o Ver. Isaac Ainhorn,
inclusive, tentou adiar a Sessão, e eu não o considerei da forma como ele está
tratando.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Eu também levo nessa linha, porque da
maneira como o Vereador falou, ele quer nos pautar, e eu vou dizer de maneira
franca, aberta e cordial que sou o primeiro inscrito na Pauta, há um Projeto de
minha autoria e faço questão de falar em Pauta. Eu penso que hoje nós podemos
ficar aqui, se necessário, até às 21 ou 22 horas.
O SR. ISAAC AINHORN: V. Ex.ª nunca fica.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Vereador, esse é um direito que me
assiste. Porque há Sessões em que se está para votar e o quórum desaparece.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Também queria me posicionar a respeito, e
seguir aí com o Ver. Carlos Alberto Garcia, de que realmente, hoje, eu também
estou inscrito na Pauta, eu gostaria de participar. Não tenho hora para sair
daqui, mesmo ontem quando saímos às 16h10min, o meu compromisso profissional
era vinte para as dez, não havia nenhum problema eu sair daqui às 21h. Hoje eu
não tenho hora para sair daqui, mas gostaria de discutir a Pauta. E gostaria de
dizer também, antecipadamente, que eu não vou fazer lobby para o Veto cair ou não. O que eu quero é que ele vá hoje
para a Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Isaac Ainhorn que solicita a inversão na ordem dos trabalhos. O Ver.
Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente que preside os trabalhos
neste momento, Ver. Elói Guimarães, Sr.as e Srs. Vereadores,
Vereadores Líderes de Bancada. Qualquer negociação que envolva alterar,
modificar, diminuir o conjunto da temática da Sessão na Câmara de Vereadores
deve ser, e é, me parece, um protocolo estabelecido. Deve ser pautado,
discutido e acordado com o conjunto das Lideranças. Pela primeira vez, Ver.
Elói Guimarães, estou vendo que a vontade de um Líder de uma Bancada se
sobrepõe, porque a Liderança que propôs não procurou a nossa Liderança em
nenhum momento, não discutiu conosco o porquê quer alterar o conjunto da
Sessão. Disse: “Não.” - de forma autoritária. Disse: “Não, é a nossa vontade ou
é a minha vontade e eu vou fazer desse jeito.” Mas como? Isto é um Parlamento,
é um local onde as Lideranças, o conjunto das Bancadas, os Vereadores
conversam. O princípio deste Parlamento é a conversa, é o acordo. E a atitude
autoritária de um Vereador, simplesmente, põe tudo isso a perder. E nós vamos
aceitar isso? Mas como? De que maneira? Nós estamos debatendo que é necessário
tratar dos Vetos. Buenas, eu gostaria
de deixar o registro aqui, que, em duas Sessões nesta Casa, os interessados em
derrubar o Veto não se fizeram presentes. A nossa Bancada estava presente,
Ver.ª Margarete Moraes, mas os interessados em derrubar o Veto não estavam
presentes.
Portanto,
agora, prejudicar o debate de Pauta, para a qual vários Vereadores vieram antes
para se inscrever, não vão poder fazê-lo; prejudicar o momento das
Comunicações, quando vários Vereadores querem discutir a temática, para atender
ao interesse pessoal, individual, de um Vereador que quer fazer uma mudança na
Ordem do Dia? Não podemos aceitar. O princípio deve ser resgatado aqui. Se há a
vontade de uma Bancada, de um conjunto de Bancadas, vamos dialogar com o
conjunto das Lideranças, e não desta forma: ”Nós queremos e nós vamos fazer.”
Dessa forma, quem perde não é a Bancada do PT, ou o Vereador A ou B, que está
inscrito na Pauta. Quem perde é o Parlamento, quem perde é a democracia com
essa atitude autoritária. E podem vir aqui dizer que não é uma atitude
autoritária, mas se mostrou autoritária, de alguém que, simplesmente, diz: “É
dessa maneira e vocês podem reclamar à vontade.” Isso não está fechando com o
discurso de muitos aqui, nesta tribuna.
Quero
restabelecer o diálogo. Quero, aqui, solicitar, em nome da Bancada do PT, aos
Vereadores Líderes das Bancadas, que possamos sentar e tratar da maneira como
queremos a Sessão de hoje; e não impor a vontade de dois, três Vereadores que,
simplesmente, querem anular o debate desta Casa, dizendo, muitas vezes, que é a
Bancada do PT que não quer fazer o debate.
O
Ver. Isaac Ainhorn fica ameaçando, dizendo que vão “dar um pau”, que vão bater,
que vão acontecer. Isso não é postura democrática, Ver. Isaac Ainhorn. Vir,
aqui, nesta tribuna, fazer discurso demagógico e depois ficar no Plenário,
dizendo que vão dar, que vão fazer a Bancada do PT apanhar, não vale para a
democracia. Pode vir aqui e dizer o que quiser. Agora, tem de respeitar este
Parlamento, a democracia tem que estar acima de tudo. Não estamos, aqui, para
fazer luta de boxe, Ver. Isaac Ainhorn; nós estamos, aqui, para criar um debate
democrático sobre os assuntos da Cidade. E a postura de V. Ex.ª, neste momento,
não está sendo essa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as
Vereadoras, nem irei utilizar os cinco minutos. Eu acho, Ver. Isaac Ainhorn,
que é legítimo V. Ex.ª postular a inversão para que não analisemos a Pauta. Eu
acho que é um direito legítimo que lhe assiste. A única coisa com que nós não
concordamos foi a forma como V. Ex.ª tentou postular, dizendo que quem não
concordasse com isso era porque não queria analisar os Vetos. Ora, nós sabemos
que os Vetos têm que ser analisados, porque, enquanto os Vetos não forem
analisados, os demais Projetos não andam. Mas, ao mesmo tempo - nós sabemos -,
as nossas Sessões tem um rito processual. Para discutir a Pauta eu fui o
primeiro Vereador a me inscrever hoje, às 13h45min. Não tinha ninguém aqui na
tribuna.
Agora,
tentar trocar algo que é um direito que me assiste!? Então eu venho aqui
utilizar esta tribuna, dizendo que respeito a posição do Ver. Isaac Ainhorn,
que é legítimo o seu pleito, mas discordo e estou postulando aqui que os demais
Vereadores permitam que a Pauta seja discutida, até porque essa é a grande
dialética do Plenário, ou seja, é a questão do voto.
Por
isso, Ver. Isaac Ainhorn, respeito a sua posição, mas não concordo. Entendemos,
sim, que o rito processual tem que ser seguido, até porque hoje já mudou,
começando com o Grande Expediente, que, também, da mesma forma, é algo que tem
que ser consensual, só que já havia um cerimonial todo previsto.
Para discutir a Pauta, na
realidade, são cinco Vereadores. Já houve dois encaminhamentos da votação do
Requerimento, talvez tenha mais alguns. Só o tempo que nós vamos levar para
votar se vamos aceitar ou não o Requerimento já é superior ao tempo de Pauta.
Isso mostra a incoerência que nós estamos propondo, ou seja; estamos discutindo
o encaminhamento se vamos utilizar ou não o tempo de Pauta, e esses
encaminhamentos são superiores ao tempo de Pauta.
Portanto, mais uma vez,
solicitamos que os Srs. Vereadores votem para permanecer o período de Pauta.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicita tempo de Liderança, pelo PMDB,
o Ver. Haroldo de Souza.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
quero deixar bem clara a minha oposição a respeito dos Vetos que estão
trancando os trabalhos na Casa, o que está tirando o sono do Presidente, João
Antonio Dib, e com razão.
Na parte que me cabe, ou seja, o Veto do Sr. Prefeito ao meu
Projeto que pede o ensino supletivo na Rede de Ensino do Município, eu quero
que seja votado hoje. Eu peço prioridade para ele, independente de se precisar
fazer lobby para termos quórum
favorável a ele ou não. A sociedade fica sabendo e pronto!
Mas eu peço que a votação do meu Projeto seja hoje,
independente do quórum favorável a mim ou não, mesmo porque, derrubemos ou não
o Veto, o Prefeito vai fazer o que ele bem entende, como sempre fez.
Quero assim colaborar com o andamento dos trabalhos da Casa.
Não é possível continuarmos com os trabalhos trancados por causa dos Vetos.
Aliás, não é só aqui, na Assembléia Legislativa também está
assim.
Nós temos novos Projetos para serem votados e todos querem e
têm direito a um recesso, no meio do ano, não é meu amigo, Ver. Elói Guimarães?
Quem acha que recesso é demais - estou falando isso para a
sociedade do Rio Grande do Sul - tire um tempinho, passe um dia com os
Vereadores aqui na Casa para saber qual é o ritmo, qual é o desgaste que
realmente se tem, para depois fazerem o julgamento.
Eu procurei o Presidente, Ver. João Antonio Dib, hoje, pela
manhã, mas ele estava mais atarefado do que eu, e não nos cruzamos. Mas o
assunto que eu queria abordar com ele quero abordar com todos vocês.
Uma coisa que me deixou encafifado, ontem, Ver. Pedro
Américo Leal, foi não poder falar na comemoração do aniversário da Cidade.
Eu também fui eleito pelos moradores da Cidade que está de
aniversário, vivo intensamente a Cidade como profissional de rádio, como
político, como morador, como porto-alegrense, e o Regimento não permite que o
Vereador possa falar de parte de sua vida. Só falam os Líderes. Qual é a
diferença entre o Vereador Líder e o não-Líder nesta Casa e em outras casas
legislativas? É uma pergunta que estou fazendo.
Estou propondo que se altere o Regimento e que todos os 32
Vereadores desta Casa possam falar em cerimônias como a vivida na terça-feira
passada.
Digo 32 porque o Presidente deve e tem o direito de falar
quando quiser. Nada mais justo que o comandante possa se comunicar com o seu
bando, ou com a sua tropa - não é Ver. Pedro Américo Leal? - a qualquer hora. O
que estou propondo é que o tempo de uso da tribuna seja diminuído para 3
minutos, nas homenagens, ficando a todos os Srs. Vereadores e Vereadoras
consagrado o direito de mostrar o seu sentimento nas horas mais emocionantes e
gostosas de serem vividas na história da Casa e, conseqüentemente, da Cidade.
Até com dois minutos e meio já se resolveria o problema. Eu vou contar com
todos vocês.
Estou
aproveitando o embalo do nosso Presidente, que, em 2003, está indo muito bem,
no meu entendimento, está se conduzindo de forma brilhante, sereno, dizendo e
agindo firme, conhecedor dos caminhos da Casa. Espero contar também com a sua
ajuda para que se altere o Regimento nesse sentido. Eu quero ver se dá tempo
ainda, eu sou daquelas pessoas “morrinhas”, aquelas pessoas “malinhas”. Eu
quero ser uma “mala”, eu quero continuar “pegando no calcanhar” do Prefeito,
meu querido João Verle, a respeito dos meninos de rua e do sambódromo. Vou
continuar “pegando no pé”, sim, porque acho que, com vontade política, se pode
fazer mais por esse problema aqui. (Mostra foto.) Se puderem enxergar bem,
trata-se de um garoto dormindo. Pela sombra da árvore, o dia já amanheceu faz
tempo, e ele está ali no “embalo da cola”; depois, se vier um dinheirinho, vai
para a coca, depois, o encontro com a marginalidade, a social, depois aquela
que é a da violência, Ver. Pedro Américo Leal. Tem outra coisa aqui, com o dia
já pleno. (Mostra foto.) Eles dormindo, numa boa, e aqui... (Mostra foto.) mais
um grupo de meninos de rua com dois adultos. O que é que os adultos estão
passando para essas crianças de rua? Por favor, Prefeito, faça o que o
“Prefeito fujão” não fez, embora tenha prometido sem que ninguém tivesse pedido
que ele prometesse.
E
a história do sambódromo? Eu venho pedindo o seguinte: quero saber do Projeto,
quando vai começar a obra, quanto vai custar e quem é que vai fazer o
sambódromo de Porto Alegre. Eu não recebi absolutamente nada até agora. Hoje eu
vi no jornal - parece, nem li direito, porque tenho outras ocupações - que uma
empresa uruguaia vai construir o sambódromo. Pode ser uruguaia, argentina,
peruana, mas não tem licitação. Então, estou pedindo ao Líder Marcelo Danéris:
se já existe o Projeto, que ele venha para o meu gabinete. Se for muito pesado,
muita carga, eu vou lá buscar, mas quero saber o dia de início das obras, a
previsão do término, quanto vai custar e quem é que vai fazer, numa boa, mas
não sei se o Uruguai conhece muito de samba para estar fazendo... De qualquer
maneira, deixa assim! É por aí que eu gostaria que as pessoas entendessem. Mais
uma pergunta eu queria fazer - é que eu estou também encafifado com outra coisa
-: como é que pode, de uma hora para outra, o Partido dos Trabalhadores ser
contrário a uma lei que limite juros bancários? Eu não sei, acho que aqueles
bombardeios no Iraque, do débil mental do Saddam e do não menos débil mental
que não se entrega ao Saddam está afetando a cabeça das pessoas. O Partido dos
Trabalhadores é contra limitar por lei juros bancários? Não, não, eu não
entendo mais nada. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
E
acho – e sempre tenho dito – que o povo porto-alegrense é sábio, porque
concedeu o poder em mais 4 anos para o ex-Prefeito Tarso Genro, que não cumpriu
o mandato, e concedeu uma maioria oposicionista de 21 Vereadores para a
oposição, exatamente para estabelecer um equilíbrio. Nós queremos derrubar os
Vetos, mas, para derrubá-los, precisamos de 17 votos. Nós temos clareza de que
este momento é o momento mais oportuno de enfrentar este debate. Por isso,
Vereador, nós antecipamos, nós achamos que o debate já foi feito aqui, hoje,
dos pequenos e microempresários, e agora está na hora de votar, de trabalhar os
Projetos que estão trancando a Pauta. Nenhuma Sessão Solene, V. Ex.ª, neste
momento, pode marcar, porque não se pode votar nada na Ordem do Dia antes de
examinarmos os Vetos. Consulte a Diretora Legislativa, ela vai-lhe esclarecer
isso, Ver. Renato Guimarães. V. Ex.ª, que retorna do Executivo, consulte a
Diretoria Legislativa, que sabe que nada pode ser votado. Então, queremos votar
a matéria, queremos trabalhar e estamos angustiados com isso.
Há
a necessidade imperiosa de se votar os Projetos nesta Casa, e para votá-los, a
oposição entendeu... Não é deste Vereador, não é a vontade do Vereador que deve
prevalecer. Eu apenas, neste momento, sou um intérprete de um sentimento de um
conjunto de Lideranças desta Casa. E amanhã será o Ver. Cassiá Carpes, depois
de amanhã o Ver. Sebastião Melo. A minha passagem é rápida por esse processo,
não é verdade, Ver. Cláudio Sebenelo?
Portanto,
nós queremos ingressar imediatamente na Ordem do Dia, preservando as
manifestações de Lideranças. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.
A Ver.ª Clênia Maranhão,
que fez eu quebrar o meu compromisso comigo mesmo, sabe que eu sempre tive
profundas restrições quanto à utilização desse tempo para essa finalidade,
exatamente, porque eu entendia que ela tumultua o andamento normal da Sessão. E
estamos, agora, vivendo uma das conseqüências das nossas decisões anteriores. E
não adianta a gente querer dizer agora que “se ocorreu, não foi por culpa minha”; não, ocorreu com a
concordância de todos. Porque, mesmo que alguns tivessem sido voto vencido no
particular, na democracia prevalece a vontade da maioria. E o Ver. Juarez
Pinheiro fez o Requerimento que fez e logrou vê-lo aprovado por unanimidade,
não cabe, então, ser discutido esse fato.
O que nós temos é uma
realidade discutível. Houve um excesso de Vetos do Sr. Prefeito Municipal. A
Casa retomou os seus trabalhos no dia 15 de fevereiro coexistindo com cerca de
16 Vetos apresentados por S. Excelência. Esses Vetos, por serem Vetos, geram
polêmica, Ver. Elói Guimarães, geram discussão. A oposição da Casa, autora dos
Projetos vetados, gostaria, Ver. Cassiá Carpes, de ver garantida a decisão
primeira da Casa, que optou por determinadas proposições que foram, no nosso
entendimento, equivocadamente vetadas pelo Sr. Prefeito.
Então, tem razão o Ver.
Isaac Ainhorn, quando ele nos consultou sobre essa possibilidade de tentarmos
votar pelo menos um Veto no dia de hoje. Eu nem tinha observado que o Ver.
Carlos Alberto Garcia estava inscrito em primeiro lugar para falar na Pauta.
Olha, eu já votei à favor de inversões dessa ordem estando inscrito na Pauta.
Normalmente, estou inscrito na Pauta e nunca deixei de acompanhar aquelas
propostas que eram destinas à agilização do processo.
Mas
quero aproveitar, Sr. Presidente, sem fugir do assunto, para firmar nesta hora,
convocando, inclusive, a grande Liderança desta Casa, o Ver. Pedro Américo
Leal, é que nós temos de, de uma vez por todas, organizar esta situação. Nós
temos de introduzir aqui, necessariamente, Ver. Wilton Araújo, um entendimento
prévio do colégio de Líderes que estabeleça quais são os dias de votação,
fazendo com que se tenha cuidado na Casa para que, nas quartas-feiras, não se
faça outro tipo de coisa, a não ser a votação das propostas.
Olha,
exercendo direitos legítimos, nós temos, sucessivamente, enfrentado
Requerimentos em que é raro o dia em que esta Casa não se defronte com uma
razão qualquer que protele a entrada na Ordem do Dia.
E,
agora, a esta hora da tarde, quem sabe, até não vai ser infrutífera a nossa
tentativa, Ver. Isaac Ainhorn? Mas nós vamos tentar votar, ao menos, um Veto no
dia de hoje, para que não fique interminável a fila! Há quarenta e cinco dias
do início do ano legislativo, nós ainda temos pela frente onze matérias vetadas
para serem enfrentadas pela Casa!
Há
que ser feito um esforço extraordinário para se destrancar a Pauta, dando
seqüência a uma plêiade de processos, cerca de quarenta processos que já estão
na Ordem do Dia aguardando a desobstrução da Pauta para poderem ser votados e
decididos por esta Casa.
Por
isso, Sr. Presidente, eu acompanhei o Ver. Isaac Ainhorn nessa proposta e estou
avisando, de antemão, que, em circunstâncias simples, eu sempre haverei de ter
posição favorável à simplificação do trabalho e, de outro lado, à otimização do
trabalho, com as decisões que esta Casa não pode postergar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença dos Vereadores Marcos
Schirme e Sérgio Burmann, de Ijuí, ambos do PDT. Sintam-se como se estivessem
em suas Câmaras, Srs. Vereadores.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver.
Isaac Ainhorn.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Sr. Presidente, demais
Vereadores e Vereadoras, eu nem pretendia usar da palavra, simplesmente, usaria
do meu direito do voto me manifestando.
Mas escutei algumas coisas ditas desta tribuna que me preocuparam enormemente. O Líder do PDT, Ver. Isaac Ainhorn - do qual peço a atenção -, afirmou que a oposição é maioria e que, ao ser maioria, faz o que quer nesta Casa.
Então eu quero dizer o seguinte: nós estamos
abertos para negociação. Eu me recordo que sempre que nós fazemos uma ordem de
votação, Ver. Isaac Ainhorn, procura-se consultar todas as Lideranças, para que
se tenha o entendimento.
O
Parlamento não é local de patrola. Patrola é para fazer rua; patrola é para
fazer aplainamento de terreno. Aqui no Parlamento o diálogo, a tratativa são os
instrumentos principais. Porque essa prepotência, Ver. Ervino Besson, não vai
levar a nada! Todos nós sabemos que existem mil mecanismos de plenário para a
minoria se defender, enfrentar essa tentativa.
Então,
nós vamos votar contra o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, pela atitude
arrogante, prepotente, de desconhecimento da minoria nesta Casa. Porque a
minoria pode ser minoria nesta Casa e ser maioria nas ruas!
Outra
coisa, Ver. Isaac Ainhorn, foi essa maioria, que V. Ex.ª advoga, que, na
Alemanha, cometeu os crimes do Holocausto. Então nem sempre a maioria está com
a razão. É preciso escutar a voz plural. Nós vamos ter que votar esse Vetos,
ninguém tem dúvida disso. Os Vetos serão enfrentados. Agora, é preciso respeito
nesta Casa!
Então
eu peço a todos os Vereadores, não só aos Vereadores da Bancada da Frente
Popular, para que nós - em uma demonstração de que não é essa a regra nesta
Casa - sigamos hoje os trabalhos dentro do normal.
E
quero dizer que a Bancada do PC do B está aberta para mudanças de ordem da
Sessão, no sentido de acordar ordem dos Projetos, e assim por diante, mas não
com essa arrogância. Eu espero que o Ver. Isaac Ainhorn passe a ser um homem de
diálogo, porque essa é a postura de um líder, principalmente se ele está
assumindo uma postura de Líder da oposição. É preciso respeito aos Vereadores,
às Bancadas, às Lideranças, porque aqui somos todos Vereadores em pé de
igualdade e, portanto, merecemos respeito.
Então,
a Bancada do PC do B, no dia de hoje, encaminha contrariamente a este
Requerimento porque se considera desrespeitada pelo pronunciamento dos
Vereadores que, por serem maioria, desconsideraram os demais. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, eu fiz
questão de fazer este registro aqui neste microfone para mostrar que no Grande
Expediente, que foi antecipado, prejudicando as Comunicações, Ver. Cláudio
Sebenelo, havia 5 Vereadores de situação que usariam a palavra, pela ordem, e
que usaram, quem sabe: a Ver.ª Maria Celeste, o Ver. Raul Carrion - que estava
aqui agora, já falou, elogiando os pequenos e microempresários -, o Ver. Renato
Guimarães e mais o proponente. Cinco. Só que no período de Comunicações não há
oradores do PT, só tinha o Ver. Juarez Pinheiro, que já falou. Então, a
oposição usou o bom senso quando deu o espaço para a situação falar na
homenagem aos pequenos e micros, junto com os demais Vereadores, mas prejudicou
as Comunicações, e o bom senso... Eu até estava entregando ao meu colega, Ver.
Elias Vidal, a Liderança para ele falar, para que nós usássemos o bom senso
para agilizar os Projetos nesta Casa.
Eu
volto a frisar: quando nós fizemos um pacto aqui nesta Casa, a maioria, para a
eleição da Mesa, a vontade deste Vereador, que vai seguir até o final do ano...
E adianto mais: se não houver a mudança do Regimento, aquele pacto que eu fiz
não vale mais nada, porque eu só votei – e fui bem claro – se houver a mudança
do Regimento, que tranca, que não proporciona desenvolvimento nesta Casa.
Estamos há uma semana inteira debatendo e não chegamos ainda nos Vetos. Estamos
perdendo tempo nesta Casa, estamo-nos estressando a tarde inteira. Queremos o comparecimento
dos Vereadores no Plenário, precisamos que todos os Vereadores venham para o
Plenário e que possamos derrubar ou não os Vetos do Prefeito, independente de
Bancada. Mas estamos prolongando, amarrando, enganando-nos no Plenário. Por que
não podemos, agora, ir direto para a quebra desses Vetos? É o que a oposição
quer, Ver. Isaac Ainhorn, e por isso apoiamos. A oposição tem que ser firme. A
oposição se reúne de uma forma e vem, aqui, já pensando de outra forma, essa
não é oposição. Precisamos, se temos maioria, agir como maioria. Agora, no caso
de hoje, houve o bom senso em abrir o espaço para o Grande Expediente, e agora
precisa haver o bom senso dos outros para que possamos caminhar em busca dos
Projetos que estão na Ordem do Dia. Todos nós temos Projetos, há um meu que
está há um mês e não sai porque há esse acúmulo de Vetos. E há Projetos de
outros Vereadores! Precisamos atuar, precisamos trabalhar e ter aqui uma
capacidade maior de agilização dos trabalhos. É o que peço, porque quem é
assíduo, quem vem a toda hora, quem trabalha nesta Casa tem que cobrar dos
outros, caso eles não apareçam. É isso que queremos, que cada Bancada cuide de
si própria e cobre a presença dos seus Vereadores. Nesse aspecto temos de ter o
conhecimento de que o mais importante nesta Casa, no meu entender, é a Ordem do
Dia, que faz com que possamos, realmente, aprovar ou não os Vetos e os Projetos
desta Casa.
Portanto,
Ver. Isaac Ainhorn, estamos com a oposição, estamos com a sua proposição, para
que possamos ir logo para a quebra dos Vetos do Prefeito. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta
Casa; Srs. Vereadores; Sr.as Vereadoras; senhoras e senhores, eu
gostaria que fossem declarados os nomes de todos os Vereadores que estavam
ontem presentes aqui quando foi chamada a Ordem do Dia. Nós tínhamos apenas 13
Vereadores em plenário. Este Vereador estava presente! A Bancada do PSDB estava
presente! Eu quero saber onde estavam as outras Bancadas! As Bancadas que não
estavam presentes aqui neste Plenário são as mesmas Bancadas que não querem
votar os Vetos, que não querem discutir nenhum assunto importante da Cidade. E
ontem observei, Ver. Isaac Ainhorn, que este lado aqui do Plenário estava
vazio; havia poucos Vereadores. E eu gostaria que fossem declarados quais os
Vereadores que estavam aqui presentes naquela hora da chamada da Ordem do Dia. Esse
negócio de vir aqui nesta tribuna e fazer esse discurso de que temos de
respeitar as minorias é um discurso que eu ouço há muito tempo de algumas
minorias que, quando são maioria, patrolam todo o mundo. As minorias, quando se
transformam em maioria, vêm aqui e patrolam todo o mundo. Eu não conheci, em
nenhum momento aqui nesta Casa, um Vereador da chamada minoria que, quando está
incorporado à maioria, não patrole todo o mundo e sorria! Agora, quando, de
repente, percebe que não é exatamente a sua vontade que está acontecendo no
Plenário, aí é muito fácil, vem aqui e diz: “Vamos respeitar a minorias.” Eu
tenho de respeitar é o bom senso! Eu tenho de respeitar é a população desta
Cidade! Eu tenho é de estar presente aqui neste Plenário para votar as matérias
todos os dias, porque, afinal de contas, essa é a nossa obrigação! A obrigação
do Vereador é estar presente aqui na hora da Ordem do Dia. Ora, se ele não
estiver aqui presente, se ele não estiver aqui para votar as matérias, ele não
está cumprindo a sua obrigação. Temos, hoje, Ver. Carlos Alberto Garcia, Vetos
para serem analisados. Sei que V. Ex.ª é um Vereador de bom senso, é um amigo
que nós temos há muito tempo. E não é justo, Ver. Carlos Alberto Garcia, que
nós prorroguemos a votação desses Vetos que estão trancando a discussão de
outras matérias importantes que estão na Pauta de votação e que eu sei que o
Governo não quer discutir, não quer votar. Então, como não quer votar, surgem
essas manobras para que nada seja votado, para que, de repente, se coloquem
discussões em cima de discussões. Vêm aqui convidados e ficam aqui meia hora,
uma hora, mas o que é principal, a votação dos projetos, a votação dos vetos,
isso não acontece. O que é necessário é exatamente... Pode surgir um acordo,
Ver. Carlos Alberto Garcia e Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.as que estão
discutindo essa matéria mais diretamente: se houver a Pauta, se puder nenhum
Vereador falar em Pauta, que ótimo, corremos a Pauta, adiantamos todos os
Processos e, ao mesmo tempo, nós vamos imediatamente entrar na Ordem do Dia e
vamos votar os Vetos - isso é necessário para que possamos destrancar a Pauta e
votar as outras matérias. É muito fácil resolver se nós quisermos resolver. A
nossa Bancada, se não houver nenhum acordo, vota pelo Requerimento proposto
pelo Ver. Isaac Ainhorn, no sentido de que nós possamos imediatamente entrar na
Ordem do Dia. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu desejaria chamar a atenção: Pauta e
Comunicações; a Pauta daria 25 minutos e Comunicações daria 40 minutos, uma
hora e cinco minutos, e nós gastamos mais de 40 minutos discutindo Requerimento
de adiamento.
Em
votação nominal o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, solicitada pelo Ver.
Isaac Ainhorn. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADO por 17 votos SIM.
O SR. ZÉ VALDIR (Requerimento): Sr. Presidente, peço que o primeiro Projeto a ser votado seja o PELO n.º 004/01.
O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Eu fiz uso da Liderança do PMDB para
pedir exatamente, hoje, com quórum ou sem quórum, que o primeiro Veto a ser
visto nesta Casa seja o meu, a respeito do ensino supletivo, Veto Total ao PLL
nº 053/01. Para mim pouco importa se vou conseguir derrubar o Veto ou não; eu
quero que ele saia hoje, que deixe de trancar os trabalhos da Casa, quero que
seja o primeiro. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e as pessoas
que nos assistem pela TVCâmara, eu saúdo a todos. Eu falo em Liderança, em nome
do meu Partido, o PDT.
Esta
cidade de Porto Alegre, esta Cidade que completou, no dia de ontem, 231anos...
Cidade do pôr-do-sol, Cidade do rio Guaíba, com praças e parques, com o nosso
amado cinturão verde, com esses prédios belos, esses prédios arquitetônicos,
com a nossa engenharia admirada, não só pelo Brasil, mas pelo mundo inteiro.
Essa é a história da nossa bela e querida Porto Alegre.
Eu
não conheci nenhuma pessoa, um cidadão ou uma cidadã que adquira o jornal Zero Hora, durante o dia, meu caro Ver.
Carlos Alberto Garcia, que não leia a coluna do nobre jornalista José
Barrionuevo. Todos. Pelo menos eu não conheço uma pessoa que não leia essa
coluna. A coluna do José Barrionuevo do dia de hoje diz que a Comissão de
Economia da Câmara Municipal presidida pelo Vereador, nobre colega desta Casa,
Aldacir Oliboni e mais um grupo de Vereadores, no dia de ontem, fizeram uma visita
ao Porto Seco, onde, pelo menos, há um Projeto de ser construída a pista de
eventos. Mas o que me chamou atenção na coluna, nobres Vereadores? Os nobres
colegas desta Casa se surpreenderam pelo fato de o projeto ter sido elaborado
por arquitetos uruguaios. E um deles - deixa claro a coluna do Jornalista
Barrionuevo - ainda deu a sua palestra com seu sotaque carregado uruguaio. Ora,
Srs. Vereadores, com todo o respeito aos nossos hermanos uruguaios, eu não posso concordar com isso. Por que, se
nós temos numa cidade que completa 231 anos belíssimos prédios, uma engenharia
admirada pelo mundo, não só pelo Brasil, de repente vão contratar engenheiros,
arquitetos uruguaios para a pista de eventos? Meu caro Presidente, Ver. João
Antonio Dib, isto é um desrespeito para uma categoria que tem uma história
nesta Cidade, os nossos arquitetos, os nossos engenheiros. Portanto, fica aqui
o meu protesto, em nome da Bancada do PDT, porque faço uso, neste momento, dos
cinco minutos de Liderança. Não é possível. A maior festa popular desta Cidade,
quando se discute aqui há vários anos sobre uma nova pista de eventos, agora,
pelo menos, vai sair no Porto Seco. Agora, a arquitetura do projeto sendo
elaborada por uruguaios, convenhamos, eu não vou aceitar. V. Ex.as
que me perdoem, o telespectador da TVCâmara, as pessoas que nos assistem neste
Plenário, não podemos aceitar isso. Fica, aqui, a minha crítica contundente a
esse respeito. Temos é que prestigiar, meu caro Líder, Ver. Isaac Ainhorn, a
nossa categoria de arquitetos, engenheiros; temos, aqui, na nossa Cidade,
profissionais de excelente qualidade, sendo um exemplo não só para o Brasil,
mas para o mundo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal está com a palavra
para uma Comunicação de Líder. Solicitaria ao Plenário atenção, porque há um
orador na tribuna.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, quero agradecer ao meu Líder de
Bancada, Ver. Cassiá Carpes, que me cedeu o período de Liderança para que
pudéssemos falar. Mas, pelo jeito, quem vai me ouvir serão os nossos
telespectadores...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Srs. Vereadores, há um orador na
tribuna, por favor, atenção!
O SR. ELIAS VIDAL: Os nossos colegas da Câmara de
Vereadores estão-se lixando para aquilo que estou falando. O Ver. Haroldo de
Souza está-se pronunciando: realmente, ele está atento, há vários colegas
atentos, mas há os que não estão.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Pediria aos Vereadores que têm que
trocar idéias e que não estão atentos ao pronunciamento do Ver. Elias Vidal que
o façam fora do Plenário, por favor.
O SR. ELIAS VIDAL: Os senhores leram nos jornais, ouviram
no rádio, viram na televisão as reportagens a respeito da nossa famosa
Redenção, um ponto turístico, uma referência para a Capital - não é isso Ver.
Raul Carrion? Nós nos encontramos no programa Bibo Nunes e ali foi feita uma
enquete a respeito de cercar ou não o Parque da Redenção.
V.
Ex.ª sabe que eu protocolei um Projeto para o cercamento da Redenção. Projeto
que saiu da minha cabeça, eu não tive nenhum contato com o Ver. Nereu D’Avila a
respeito do cercamento da Redenção, um Projeto de Lei já de 1997. Naquela
ocasião, esse Projeto não foi aprovado. Eu não sei o porquê, já que não era
Vereador na época. Eu estava trabalhando com jovens envolvidos com drogas já
muito antes desse período.
O
fato é que não passou o Projeto de Lei, e a Redenção ficou desguarnecida,
aberta. Eu gostaria de aproveitar esses minutos que tenho para falar aos Srs.
Vereadores - e alguns, ainda, insistem em nem ouvir o que estamos falando -,
porque o fato é que a Redenção tem sido um antro de consumo de drogas, tem sido
um laboratório de violência, tem sido um oásis, um paraíso para a prostituição
- infantil, jovem - e onde há uma grande comercialização de drogas.
Por
tudo aquilo que tem a ver com drogas, violência, eu me interesso, porque é a
minha área.
Os
telespectadores que estão em Casa e estão nos ouvindo estão preocupados, sim,
com essa questão da violência. Não só trabalho com a questão das drogas, mas
sou, também, morador da Cidade Baixa. Morei por muitos anos em frente à
Redenção. Aqueles que porventura freqüentam a Redenção conhecem. Eu morei
muitos anos na frente daquele laguinho onde há os barquinhos na Redenção, na
Av. João Pessoa n.º 699, no terceiro andar, bem em frente ao coração da
Redenção. Eu moro hoje na Rua José do Patrocínio, eu freqüento a Redenção.
Há
aqueles que vão dizer que a Redenção não pode ser fechada. Então, entrei com um
Projeto de Lei e quero usar esses minutos para começar a fomentar a idéia de
que é necessário cercar a Redenção por várias razões: vamos evitar a violência,
vamos evitar, naquele espaço geográfico, o uso e consumo de drogas; com o
cercamento da Redenção, com portarias, com a Guarda Municipal e com a Brigada
Militar será muito mais difícil os cidadãos porto-alegrenses serem assaltados.
Um
outro aspecto: à noite ou até mesmo de dia, quando alguém rouba - e muitos são
roubados naquelas imediações -, os pivetes, os adolescentes, os jovens
salteadores correm para dentro da Redenção, especialmente quando já está
escuro. Quem vai atrás de um bandido, de um ladrão dentro da Redenção, no
escuro, à noite? Quem de V. Ex.as, homens de bem, usam a Redenção à
noite? Não usam.
Eu
convidaria V. Ex.as para andar na volta da Redenção ou cruzar a
Redenção à noite. Como é a Av. Osvaldo Aranha sexta-feira à noite, sábado? Não
precisa dizer, muitos de V. Ex.as conhecem. Sabem que o consumo e
uso de drogas é muito grande. E a Redenção é um lugar muito apropriado para
camuflar tudo o que não presta.
Então,
este Vereador entrou com este Projeto de Lei para cercar a Redenção porque
julga que vamos diminuir o espaço, o território de pessoas que usam drogas, que
consomem drogas, que vendem drogas, que se prostituem. E além disso, vamos
defender os nossos monumentos, pois estão roubando o bronze para comprar crack, cocaína e maconha; o quilo do
bronze, a 2 reais e 40 centavos. Quem sabe alguns cigarros de “baseado”, de
maconha.
Então,
este Vereador entrou com este Projeto e gostaria de contar com o apoio de todos
os colegas Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de requerer,
porque com relação às notas taquigráficas da minha intervenção de hoje, fui
solicitar para que até pudesse distribuir para todos os Vereadores desta Casa,
antes das 48 horas; porque é uma regra desta Casa que antes das 48 horas há um
período para a revisão e somente o Vereador autoriza para receber.
Fui
surpreendida agora, quando fui buscar o material por mim solicitado, que outra
pessoa desta Casa havia buscado as notas taquigráficas, sem a minha
autorização. Então, eu quero requerer, por violação dessa regra - o que considero
extremamente grave, pela forma como foi feito -, uma apuração de
responsabilidade, solicitando a abertura de um processo administrativo. Eu
aguardo. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver.ª Maristela Maffei, o
Presidente vai tomar providências e depois comunicará a V. Ex.ª.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Muito obrigada pela consideração.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
Elias Vidal me antecedeu na tribuna e falou de um grave problema que Porto
Alegre tem, que são as drogas. Disse que Porto Alegre e Rio de Janeiro são as
duas capitais de maior índice de consumo de drogas entre a juventude. Rio de
Janeiro e Porto Alegre são as capitais da droga no Brasil. Triste campeonato.
Eu digo a V. Ex.ª, Ver. Elias Vidal, que os jovens consomem drogas quando estão
sem perspectivas futuras, quando não conseguem emprego. Esse é um outro grande
problema que tem a nossa Capital: o desemprego. O jornal Zero Hora publicou, na semana passada, uma contra-capa perfeita:
“Desemprego traduz-se em consumo de droga.” Desesperançadas por não conseguirem
emprego, as pessoas se voltam para as drogas, isso já foi constatado em
congresso nesta Capital. Temos imensa dificuldade em estancar essa tristeza da
droga, que consome o futuro dos nossos jovens, que consome o futuro do nosso
País.
Eu
fiquei muito triste ao receber um boletim da Sociedade Solidariedade
Ibero-Americana, que aqui está, e, lendo, verifiquei, tristemente, que o
Presidente Uribe, da Colômbia - onde está sediado um grupo narcoterrorista
chamado FARC, que é o maior cartel de drogas da América, talvez do mundo, que
superou, tomou conta dos antigos cartéis de Medellín e Cali, e hoje é o maior
cartel - solicitou ao Presidente Lula que declarasse as FARC como grupo
terrorista e também como grupo narcoterrorista para que esse grupo terrorista e
também narcoterrorista pudesse sofrer as sanções internacionais, para que fosse
declarado à margem da lei. E aí, pasmem, senhoras e senhores, o Presidente Lula
não declarou; omitiu-se, fugiu pela tangente. Não declarou esse grupo, que é
narcoterrorista, narcotraficante, que vende droga para o Brasil, vende droga
para os nossos jovens, que é o fornecedor, o fabricante de drogas e poderia ser
declarado como fora-da-lei. Pediram o apoio do nosso Presidente e ele não deu.
Eu tenho quase que certeza de que o Presidente Lula talvez quisesse declarar,
mas talvez esteja preso ao seu passado. Que passado é esse? Em 1990, no Brasil,
sob os auspícios do Partido dos Trabalhadores, foi fundado o Foro de São Paulo
com a participação das FARC. Ou seja, são companheiros do Foro de São Paulo. E
aqui, tristemente, a nossa juventude paga esse tributo elevado de cancelar
vidas, de suspender futuro.
Encerro,
Sr. Presidente, lamentando essa não-contribuição do nosso Presidente Lula para
que acabe o tráfico de droga no Brasil, para que acabe esse fornecimento nocivo
à nossa juventude. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Margarete Moraes está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria usar esta Comunicação de Líder do
Partido dos Trabalhadores, em nome da Bancada, em nome do Governo Municipal, e
prestar um esclarecimento aos Vereadores, ao Ver. Ervino Besson, principalmente
à população de Porto Alegre que nos assiste pelo Canal 16. A convite da CEFOR,
uma Comissão desta Casa, liderada e presidida pelo Ver. Aldacir Oliboni, os
Vereadores que estão ligados à expressão do carnaval da nossa Cidade, essa
expressão artística e cultural, foram conhecer o Porto Seco, local onde será
construído esse complexo cultural: a pista de eventos. O Ver. Aldacir Oliboni
também teve a delicadeza e o cuidado de convidar representantes do Governo,
responsáveis pelo projeto e representantes da empresa que têm como finalidade,
como meta, realizar o projeto, o desenho do sambódromo, uma empresa que venceu
uma licitação, no caso a empresa Beck de Souza, uma empresa aqui de Porto
Alegre, que, no entanto, tem técnicos e arquitetos uruguaios.
Eu
acho que nós não podemos, em nenhum momento, nos valermos do preconceito em
relação aos nossos irmãos uruguaios, que são técnicos, empregados dessa
empresa. O Governo e essa empresa já ouviram, democraticamente, os
carnavalescos nas suas necessidades, os jornalistas especializados que fazem
essa cobertura, e agora marcaram uma reunião com os Vereadores interessados
nessa questão.
Portanto,
não é verdadeira a notícia que saiu, hoje, no jornal Zero Hora. Acredito que o Jornalista Barrionuevo tenha recebido uma
informação equivocada de que é uma empresa uruguaia que vai realizar o desenho,
o projeto da pista de eventos. Não procede essa informação. Há um equívoco da
imprensa e há um equívoco por parte do Ver. Ervino Besson.
Eu
também queria falar ao Ver. João Carlos Nedel sobre as denúncias terríveis que
ele fala contra a FARC. Existem também denúncias e suposições em relação às
instituições formais da Colômbia, que estariam ligadas ao submundo do tráfico.
Não é da política brasileira - nem no Governo Lula nem foi no Governo anterior,
de Fernando Henrique - fazer uma interferência, que do nosso ponto de vista
seria totalmente indevida em questões internas, no caso da Colômbia. Isso não
cabe, não foi esse o motivo do Foro de São Paulo. Eu acredito, inclusive, que
V. Ex.ª desconhece quais são as metas e os objetivos do Foro de São Paulo.
Muito obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não tenho dúvida, Ver. Elói Guimarães, de que
existem algumas prioridades em nosso País que não podem ser marcadas pela
divisões ideológicas. São prioridades que são afeitas a qualquer um dos
partidos políticos que assumirem o Poder Executivo. A luta, por exemplo, contra
a fome, não é apenas uma luta do Presidente Lula. Eu já fiz algumas críticas
aqui, certa vez, com relação ao modo como está sendo desenvolvido o Projeto,
mas não com relação à intenção. A intenção é ótima. Infelizmente não existe um
projeto pronto, e isso acaba comprometendo o resultado final. Mas não posso
deixar de dizer que tanto o Presidente Lula como o Presidente Fernando Henrique
Cardoso, como outros Presidentes, tentaram de alguma forma extirpar esse grande
mal da sociedade, que é o problema da fome.
Estaremos,
no próximo domingo, realizando, no Partenon Tênis Clube, o 22.º Show do Quilo.
É um evento para o qual eu convido todos os Srs. Vereadores e Sr.as
Vereadoras. O ingresso será um quilo de alimento. Todos serão bem-vindos. Vamos
ajudar, com esse evento, a Pequena Casa da Criança, uma das entidades que será
ajudada. Eu fui visitar, Sr. Presidente, a Pequena Casa da Criança para
constatar de perto o trabalho realizado por essa entidade, lá na Vila Maria da
Conceição, e fiquei maravilhado com o que vi. Sem conseguirem atingir o seu
apogeu com relação ao atendimento de todas as crianças que precisam de
atendimento na Vila Maria Conceição, a Pequena Casa da Criança, hoje, oferece
alimentação diária para quinhentas crianças. São quinhentas as crianças
alimentadas diariamente pela Pequena Casa da Criança, na Vila Maria da
Conceição. Se houve condições para que essas crianças fossem atendidas, tenho
certeza absoluta de que existem outras tantas crianças que precisariam do
atendimento da Pequena Casa da Criança, que faz um trabalho maravilhoso naquela
área da Vila Maria da Conceição. Por isso, nós já nos comprometemos
antecipadamente com pelo menos 1.000 kg de alimentos para a Pequena Casa da
Criança.
Nós temos hoje, Ver. Elói Guimarães, uma arrecadação antecipada de 3.000 kg de
alimentos neste 22.º Show do Quilo. É o 22.º ano que nós realizamos o Show do
Quilo. Nós queremos chegar até domingo, se Deus quiser, a 5.000 kg, no mínimo,
de alimentos. Eu não quero que essa promoção seja uma promoção só minha, mas
que seja uma promoção de todos, que seja uma promoção da Cidade, porque eu só
acredito, para resolver problemas como esse, num esforço de toda a
coletividade. Eu não acredito em esforços individuais para se sanar um problema
tão grande como esse, que é o problema da fome.
Então,
eu convido, não só os Vereadores e as Vereadoras presentes, mas os funcionários
da Casa, que todos os anos me dão uma ajuda muito boa, para que nós possamos
fazer o Show do Quilo, independente da corrente partidária a que estão
filiados, e as pessoas que estão também nos acompanhando pelo Canal 16 da NET,
para que, no domingo, dia 30, no último domingo do dia de março, das 14h às
18h, estejam lá conosco numa tarde que, tenho certeza absoluta, vai ser de
muita festa, no Partenon Tênis Clube, para tentarmos “colocar a nossa gota
d’água neste grande oceano”, que, se Deus quiser, algum dia vai ser preenchido
para combater a fome da nossa sociedade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sr.as Vereadoras. Queria, num primeiro tema, tratar
aqui da tribuna da situação daquelas duas ameaças de despejo que estamos
procurando resolver junto com os demais Vereadores da CUTHAB: Ver.ª Maristela
Maffei, nossa Vice-Presidente; Ver. Wilton Araújo, Ver. Zé Valdir e Ver. Valdir
Caetano.
Na segunda-feira, se encerraria o prazo de vinte dias que a Caixa Econômica Federal concedeu, naquela reunião que realizamos aqui, para ser feito o cadastramento e buscarmos a possibilidade de alternativas. Estávamos extremamente preocupados, mas, felizmente, mantivemos um contato com o Dr. Paulo Nergi, da Caixa, que nos colocou que o cadastramento já foi realizado, mas eles precisam de um certo tempo para analisar. Em função disso, a Caixa concordou em dar um prazo maior. Realizou-se, também, na terça-feira, uma reunião na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia, onde o Dr. Paulo Nergi estendeu esse prazo até o dia 16 de abril. Com isso, tendo em vista que dia 16 é véspera da Semana Santa, na verdade ganhamos mais vinte dias, o que é importante, porque estamos construindo uma solução.
Com
relação aos moradores ali da Cristiano Kraemer, Campo Novo, nós temos uma
preocupação maior, porque a Brigada Militar, o Comando da Região, já procurou
contato com a Comissão para discutir o despejo evitando conflitos. Vão fazer um
plano operacional, tem que buscar contingente. Ainda temos alguns dias para
tentar uma solução, mas o tempo se escoa. Em função disso, nós entramos em
contato com a Secretaria Especial de Habitação - a SEHAB; fizemos contato com
Carlos Alexandre, com o Marcos Pereira, para saber a posição da Secretaria
sobre as três áreas ofertadas pelo DEMHAB como alternativas e mais uma área que
é própria do Estado.
Até
o dia de hoje, não tínhamos uma resposta. Felizmente, no dia de hoje, pelo
final da manhã, contatamos o Secretário Substituto, e o estudo está adiantado e
há boas perspectivas de solução com uma área do Estado, o que, nesse caso,
exigiria que o Município, conforme entendimentos havidos, encaminhasse aquela
infra-estrutura emergencial. Nesse sentido, estávamos discutindo com a
Comissão, para fazermos uma reunião emergencial, ou na própria reunião de
terça-feira, para juntarmos as diversas partes, e estamos em tratativas. Há uma
possibilidade alternativa, que talvez seja a que vai se realizar, de uma
reunião terça-feira, às 11h, com o DEMHAB, SEHAB, Caixa Econômica Federal e a
CUTHAB, para colocar no papel a alternativa de solução.
Queria
também aqui fazer referência aos esforços do Ver. Sebastião Melo, que agilizou
um contato com o Secretário, que entrou em contato conosco, e retomamos o
encaminhamento positivo; também havia falado com o Ver. Wilton Araújo. Eu
creio, pelo que me disse o Secretário, que nós estamos às vésperas de uma
solução. Por isso também faremos contato com o Montepio, a Caixa já está
trabalhando no mesmo sentido, para que nós evitemos, de qualquer forma, esses
despejos, porque o nosso entendimento - e é o entendimento desta Casa - é que a
questão habitacional não é uma questão de polícia: é uma questão social, que
todos os níveis de governos têm de estar incluídos.
Concluo,
dizendo que também fizemos um contato com o Ministério das Cidades, que diz que
está solidário e que está pronto para ajudar na solução do caso. Muito obrigado
pela atenção dos Srs. Vereadores, e é uma prestação de contas que nós nos
sentimos na obrigação de dar para esta Casa e para a comunidade.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as
Vereadoras, vou utilizar o período de Comunicação de Líder para falar um pouco
do Projeto do Ver. Elias Vidal, que ingressou nesta Casa. É um Projeto que, há
8 anos, o Ver. Nereu D’Avila teve oportunidade de apresentar. E quero fazer uma
correção, inclusive com a permissão do Vereador proponente da época, Ver. Nereu
D’Avila, mas o Projeto não chegou a ser votado nesta Casa, porque, na época, o
Ver. Nereu D’Avila entendeu e – até porque foi muito discutido, houve apelos da
Cidade – resolveu retirar o Projeto. Esta é a primeira correção que tem que ser
feita.
Segundo,
eu lembro que debati muito esse assunto, e uma das coisas ditas, por exemplo,
na oportunidade, é que nós deveríamos iluminar mais a Redenção, ter mais luz. E
nós tivemos um contato com os ambientalistas, e eu aprendi, naquela
oportunidade, os ambientalistas nos disseram: “Olha, se colocar mais luz, vão
acontecer algumas coisas”. É importante que a população saiba, porque muitas
vezes ela não sabe: mais luz próxima das árvores vai alterar a floração das
árvores, e além disso, vai começar a ocorrer um processo migratório dos pássaros,
porque os pássaros vão ficar 24 horas por dia com iluminação. Ou seja, eles não
vão mais fazer daquele lugar o seu habitat.
Outras
coisas que foram também levantadas na época: o Vereador tem uma posição
equivocada, e eu acho que não mudou daquela época para hoje, a população da
Cidade não quer o cercamento da Redenção. Aquele é um lugar bonito, harmonioso.
É o grande pulmão da Cidade, tem 37 hectares. Mas, ao mesmo tempo, há um
direito de ir e vir. E quando se fala em cercar é algo que é muito complicado,
e essa discussão vai estar forte aqui neste ano. Naquele local, moram inúmeros
moradores de rua. Agora, existe crime dentro da Redenção? Não existe. Não
existe! Basta ler e verificar. Agora, algumas coisas, talvez, tenham que ser
discutidas, como, por exemplo, o que acontece com o fluxo ali ao longo da Av.
José Bonifácio, onde os moradores, sistematicamente, querem um policiamento
mais efetivo.
Aqui
temos o Ver. Isaac Ainhorn, que é especialista naquela área. O pessoal da Av.
José Bonifácio pede, porque ali tem alguns confrontos que precisam ser
alterados, como alguns casos na Av. Osvaldo Aranha, e podem ter a certeza, as
ocorrências policiais no perímetro interno da Redenção, na grande maioria das
vezes, são oriundas de brigas de bares, quando as pessoas adentram na Redenção.
Não é a questão da segurança. O Cel. Pedro Américo Leal, que é, talvez, a maior
autoridade deste nosso Estado nessa temática, sabe que não é cercando que os
problemas vão ser resolvidos. A questão da segurança tem de ser vista sob
vários prismas e, inclusive, sob o aspecto policial e de rigidez de suas
eficiências. Mas querer cercar é uma solução muito simplista.
Esse
Projeto virá para a discussão, mas eu quero acompanhar de perto, porque, na
oportunidade, eu tive um envolvimento muito grande, consultamos a população e
fizemos, inclusive, na época, duas enquetes: uma com os usuários de domingos
que utilizam o Brique da Redenção; foi uma pesquisa, na oportunidade, sem a
rigidez científica, mas foram mais de duas mil pessoas ouvidas no Centro da
Cidade, na Esquina Democrática, e, na época, 80% das pessoas não quiseram que
aquele lugar fosse cercado.
Volto
a dizer: iluminar também não dá, porque altera a fundação e vai fazer uma
migração dos pássaros. Na realidade, a discussão de segurança ali naquele local
é tentar resolver os problemas ocorridos diuturnamente, principalmente na fase
da noite, na Av. José Bonifácio, onde há uma grande reclamação e um clamor
daqueles que moram naquela região. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. e Sr.as
Vereadoras, eu venho à tribuna, Ver. Wilton Araújo, porque a Ver.ª Margarete
Moraes, nossa ex-Secretária da Cultura, levantou um tema, que eu,
propositadamente, estava reservando para enfrentar no momento oportuno. Junto a
V. Ex.ª, com a Ver.ª Margarete Moraes, com o Ver. Aldacir Oliboni, com o Ver.
Carlos Alberto Garcia, estivemos na área onde se pretende construir a pista de
eventos do Município. Fomos informados, naquela ocasião, de que, no dia 7 de
abril, seremos objeto do convite do Sr. Prefeito Municipal para debater acerca
do projeto a ser desenvolvido. Evidentemente, não quero-me precipitar, mas
observo que o assunto começa a ser discutido até mesmo por situações que não me
parecem tão relevantes assim. A estranheza que a maioria das pessoas faz pela
circunstância de ter um arquiteto uruguaio para fazer o projeto de engenharia
básica, não é para mim o importante desse assunto. Para mim, V. Ex.ª sabe,
Vereadora, que a minha grande preocupação é que pela firmeza com que o Prefeito
anunciou que o carnaval seria realizado, pela última vez, aqui na Av. Augusto
de Carvalho, e que no próximo ano estaria lá no lugar definido, temo,
sinceramente, que vamos enfrentar grandes dificuldades, porque, além de tudo, o
carnaval, no próximo ano, será no início do mês de fevereiro. E quem é
envolvido nesse processo - e nós somos - sabemos que as coisas têm de acontecer
com alguma antecedência. O que tem de bom aquele local - comentei na ocasião -
é que é um local que não tem nada, está tudo por fazer. Não há obstáculos. O
problema é a velocidade com que serão feitas essas coisas. Toda a
infra-estrutura precisa ser colocada. O terreno precisa ter terraplanagem, até
com níveis diferenciados. Certamente, o projeto que se inicia dirá em que grau,
porque ali há desníveis que chegam a alcançar de quatro a dez metros, diz o
Ver. Wilton Araújo, que é engenheiro. Compatibilizar esse desnível é uma obra
de engenharia que se faz, mas se faz com trabalho, com terraplanagem, com
compensação de níveis e assim por diante. Tem de colocar toda a
infra-estrutura, tem de fazer rede de esgoto, tem de pavimentar as ruas do
sistema viário projetado para a área; pavimentar a própria pista onde serão
desenvolvidos os vários eventos; construir os barracões. Pior é que tudo isso
não é uma coisa para ser construída para fevereiro, isso tem de estar pronto em
dezembro. Porque não adianta dizer que os barracões vão ficar prontos no dia 10
de fevereiro – o carnaval já passou!
Então,
estou falando tudo isso porque não gostaria, de modo algum, de ficar com o
discurso da cobrança do Prefeito. “O Prefeito cobrou, agora ele que se dane,
que cumpra o que ele falou”. Eu acho que é tempo de darmos uma repensada nisso
e verificarmos se realmente vamos estimular a população, a comunidade
carnavalesca com a idéia da realização do carnaval naquele local. Se for
possível, se houver uma supervontade política e uma razoável quantidade de
recursos, uma pesada quantidade de recursos, é possível que se pense isso. Fora
disso, acho que temos que conversar tranqüilamente com o Prefeito, ver se foi
algum entusiasmo dele, se ele tem alguma “carta na manga” que nós desconhecemos;
de repente, ele tem uma reserva de recursos que nós não sabemos, mas, mesmo com
a reserva de recursos, não vamos querer que se faça uma coisa ali de improviso.
Esse projeto de engenharia para o qual essa empresa foi contratada, essa
empresa onde trabalha esse arquiteto uruguaio, não tem nada a ver com o
carnaval: o negócio dele é arquitetura, essa empresa tem prometido para agosto
concluir o trabalho. Concluído o trabalho, entra o processo de licitação.
Sem
querer desvirtuar o assunto, sabemos que, lamentavelmente, as obras da
Prefeitura, nos últimos tempos, têm-se caracterizado pelo atraso. Então, fazer
uma obra açodada pode ser “pior a emenda que o soneto”.
Por
isso, Sr. Presidente, concluo dizendo que vou aguardar ansiosamente esse
diálogo em que o Prefeito anuncia que abrirá no dia 7 de abril para
conversarmos acerca desse assunto, e só então aí irei-me posicionar mais
concretamente, deixando de lado essa superficialidade adjetiva e olhando as
coisas substantivas do processo. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à
Na Ordem do Dia, nós temos
dez vetos. Esta Presidência solicita que a Câmara retorne a um entendimento já
ocorrido entre as Lideranças. Vamos votar os vetos na seqüência em que eles se
encontram, porque nós temos perdido muito tempo.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu penso que todos os Vereadores, os 33
Vereadores conhecem as responsabilidades que têm, e não precisam, usualmente,
ser orientados de como devem proceder na sua conduta parlamentar. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu fiquei encantado com
o pronunciamento de V. Ex.ª, até pensei que fosse verdade.
O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Presidente, nós temos um Requerimento
encaminhado à Mesa pelo Ver. Zé Valdir, e gostaríamos de refazer este
Requerimento, pedindo a inversão, na Ordem do Dia, dos Projetos, começando pelo
PLL n.º 062/02, com Veto Parcial.
O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Meu querido Presidente, peço,
encarecidamente, que se mantenha como está aqui na Ordem do Dia: Ordem do Dia,
Discussão Geral, Veto Total ao PLL n.º 053/01.
Sr.
Presidente, de minha parte, sem encaminhamento do autor e sem encaminhamento da
parte da oposição.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu faço um apelo novamente: entendam os
Srs. Vereadores que a Mesa não está querendo orientar os Vereadores. Já são
17h49min e não realizamos nenhuma votação no dia de hoje. Ontem não votamos. Os
vetos estão trancando a Ordem do Dia desde o dia 18. Há dez vetos a serem
votados e nós estamos discutindo. A Mesa já tinha um acordo das Lideranças e
fará valer este acordo. Em primeiro lugar é o veto que está em primeiro lugar.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Ver. Presidente, João Antonio Dib, nós
temos todo o interesse de fazer a votação com acordo de Lideranças, como V.
Ex.ª está colocando, V. Ex.ª sabe disso. O problema é que há um processo aqui
neste Plenário com o qual nós não concordamos. Qual é esse processo? As
decisões estão sendo tomadas à revelia da Bancada da Frente Popular, sem
consultas, antidemocraticamente, de forma autoritária nós não vamos aceitar.
Regimentalmente nós temos direito a fazer um novo Requerimento. Então se as
coisas serão tratadas desta forma, nós trataremos desta forma; se preferirem
construir, e isso não passa por V. Ex.ª, porque eu sei que V. Ex.ª tem vontade
de construir esse acordo, se preferirem definir um acordo, nós fazemos um
acordo. Agora, não estando esse colocado, nós queremos manter o Requerimento,
como manda o Regimento.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Entendi a posição de V. Ex.ª, não
aconteceu nada aleatoriamente. Nós temos em primeiro lugar o Veto Total ao PLL
n.º 053/01; em segundo lugar o Veto Total ao PLL n.º 067/01; está na seqüência,
no tempo em que eles entraram nesta Casa; em terceiro lugar está o Veto Total
ao PLL n.º 119/01; a seguir, Veto Total ao PLL n.º 142/01; depois o Veto Total
ao PLL n.º 008/02, depois o Veto Total ao PLL n.º 056/02, depois o Veto Total
ao PLL n.º 113/02, depois o Veto Total ao PLL n.º 148/02, depois o Veto Parcial
ao PLL n.º 062/02, depois o Veto Total ao PLL n.º 212/02, ordem cronológica
feita pela Diretoria Legislativa com muita exação, com muita responsabilidade,
com muita competência. E nós havíamos acertado com as Lideranças neste
Plenário, no início dos nossos trabalhos, em fevereiro ainda, que nós
manteríamos a Ordem do Dia. Agora, enquanto, nós discutimos se nós votamos este
ou aquele nós não votamos nenhum.
O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Sr. Presidente permite, é o seguinte, é
normal, nesta Casa, é da tradição desta Casa e regimental que se possa, por uma
série de razões, de entendimentos, pretender uma alteração da ordem. Sempre foi
assim, V. Ex.ª sabe disso, normalmente V. Ex.ª vota contra, prefere a ordem, é
uma posição pessoal.
Segundo, neste momento, o
que está havendo é que, tradicionalmente, para se fazer essas modificações, há
uma consulta, alteração da ordem entre Pauta, há uma consulta entre as Bancadas.
Estamos vendo ser inaugurado nesta Casa um outro comportamento, autoritário,
onde determinadas Bancadas nunca são consultadas, e, em cima de uma maioria
eventual, não se dá o direito às Bancadas de terem a sua opinião. Então, está
sendo uma reação da minha Bancada, de outras Bancadas propor, e é regimental.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu entendi o posicionamento de V. Ex.ª.
Não há autoritarismo nem meu, nem de ninguém.
O SR. RAUL CARRION: Não de V. Ex.ª, de forma alguma.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, não há de ninguém. Nós, Mesa e
Lideranças, entendemos que seria assim. Nós, Plenário, entendemos que seria
assim. Eu alerto que havia dito que eram 17h47min, são 17h53min agora e estamos
no mesmo lugar.
O SR. RAUL CARRION: Mas, Sr. Presidente, é preciso
compreender que essa relação tem de mudar. A maioria está tendo...
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Há um Requerimento formulado pela
Bancada do PT, e acho que é legítimo o direito de requerer. Vamos votar o
Requerimento, infelizmente, é esse o trâmite. Nós não estamos conseguindo...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa aceita a ponderação de V. Ex.ª,
eu vou votar, mas eu...
O SR. ISAAC AINHORN: É lamentável. Eu concordo com V.
Excelência. Entendo que V. Ex.ª quer desobstruir a Pauta.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não entendo que haja seriedade no
Requerimento, então, vamos apenas votar, acredito que não haja necessidade de
encaminhamento. Estou pensando, com toda a seriedade, com toda a simplicidade,
não há decisão de votar. A Mesa não aceita o Requerimento, porque já aceitou do
Plenário o acerto. Vai em primeiro lugar o primeiro voto e não aceito mais
ponderações. Está em votação.
O Ver. Juarez Pinheiro
está com a palavra para uma Questão de Ordem.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Com fundamento no artigo 194, do
Regimento, Sr. Presidente, acho que precisamos voltar ao bom senso nesta
questão. Até pediria que a Sessão fosse suspensa por dois minutos para que
pudéssemos acordar o encaminhamento, porque poderíamos, neste momento, estar
abrigando uma iniciativa que poderia trazer prejuízos sérios, irreparáveis ao
nosso funcionamento, de agora em diante. O direito de requerer... Então,
proponho dois minutos para que possamos nos entender.
O SR. PRESIDENTE (João Dib): Nobre Vereador, não foi uma Questão de
Ordem, foi um Requerimento, e é válido.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, como novo - ainda me
considero novo, estou há apenas dois anos aqui - posso retirar a votação do
Projeto com o Veto? Podem devolver à Prefeitura com Veto? Não posso.
Eu
posso exigir que seja votado agora, sem encaminhamento? Também não posso.
Então, quem quiser encaminhar que encaminhe, mas que esse Veto seja analisado.
Agora,
eu só quero colaborar com V. Ex.ª, que tem dez vetos para votar. V. Ex.ª tem
absoluta razão quando diz: “O que é que a sociedade, que liga a televisão neste
momento, pensa que nós estamos fazendo aqui?” O que é que nós estamos fazendo
aqui?
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Perdemos dez minutos. Solicito que as
Lideranças se aproximem da Mesa. Por favor, as Lideranças: compareçam aqui.
(Pausa.)
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que solicita que o
PLL n.º 062/02, com Veto Parcial seja votado em primeiro lugar. O Ver. Renato
Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, acho que é importante registrar aqui o esforço
que o PT vem fazendo, nesta Casa, para chegarmos a um acordo e dar andamento à
votação dos Projetos do dia. Ninguém nega isso, e me parece que é esforço de
todos, Ver. Pedro Américo Leal. É também, Ver. Pedro Américo Leal, da opinião
não só da Bancada do Partido dos Trabalhadores, mas de membros de outras
Bancadas, que o melhor caminho para se tentar resolver questões de impasse
nesta Casa, nunca, me parece na história desta Casa, foi estabelecer a simples
relação de maioria no voto. O que a nossa Bancada, o que nós, Ver. João Antonio
Dib, estamos solicitando, registramos isso ao conjunto das Lideranças, é de que
haja a discussão e um acordo sobre a Ordem do Dia. Que acordo é este? São dez
vetos, vetos de Vereadores de interesses diferentes, Projetos mais complexos,
menos complexos.
Há
um Projeto aqui, Ver. Pedro Américo Leal, que é o Veto ao Orçamento do
Município de Porto Alegre. É um Veto Parcial, não é um Veto Total, é um veto a
uma parte do Orçamento do Município de Porto Alegre. O que nós estamos
propondo?
Estamos
propondo criar um critério para estabelecer uma ordem desses Vetos, para poder
desobstruir e poder construir a relação democrática de manter ou derrubar vetos
aqui. Nós não queremos criar um jogo para garantir que todos os vetos... Se tem
uma maioria que pode derrubar algum veto, que essa maioria se apresente. Isso é
do jogo democrático!
Nós
não queremos é estabelecer a partir do processo de imposição dentro deste
Plenário, não. Mas sim, através de uma proposta do Presidente da Casa - e o
Presidente já se manifestou - que chame as Lideranças e diga: “Essa é a Ordem
do Dia. Que acordo, que consenso podemos construir em torno dessa Ordem do
Dia?” Para a partir da próxima Sessão resolver em duas, três, quatro Sessões
toda a Ordem do Dia.
É
isso que a Bancada do PT vem, de forma incessante, solicitando, Ver. Pedro
Américo Leal; que sentemos e façamos
o que comumente vínhamos fazendo. O Ver. Pedro Américo Leal, na Liderança da
oposição desta Casa fez isso dezena de vezes. E o que nós estamos pedindo,
neste momento, é isso, apenas isso: que se faça um acordo, que se converse
sobre qual é o caminho para tratarmos dos Vetos e dos Projetos que estão na
Ordem do Dia de uma maneira mais rápida. É isso que estamos pedindo.
E
o Requerimento que coloca o Veto sobre as Emendas ao Orçamento Municipal segue
o mesmo sentido. Buenas, é o processo
que, na Ordem do Dia, trata do Orçamento Municipal, que, tenho certeza, é do
interesse de todos os Vereadores desta Casa resolver esse Veto. Há outros Vetos
importantes.
O
Ver. Haroldo de Souza traz uma questão do Projeto dele, e nós concordamos, mas
com certeza há mais oito Projetos, de cada Vereador, que são importantes
também. O que nós queremos, Ver. Wilton Araújo, é poder sentar à mesa desta
Casa com as Lideranças e construir um consenso em torno de qual é Ordem do Dia
que nós vamos votar de forma mais rápida, e não a imposição de quem diz que tem
maioria e que pode definir o que quiser. A Câmara de Vereadores, Ver. Haroldo
de Souza, perde com isso; o Ver. Haroldo perde, o Ver. Renato Guimarães perde,
todo mundo perde se nós continuarmos com essa imposição.
A
proposta da Bancada do PT é de sentarem-se as Lideranças com a Mesa desta Casa
e chegarem a um consenso de que Ordem do Dia nós queremos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra
para encaminhar o Requerimento do Ver. Renato Guimarães, que solicita que o PLL
n.º 062/02, com Veto Parcial seja votado em primeiro lugar.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, quero fazer um apelo ao Presidente da Câmara,
Ver. João Antonio Dib, ao Vice-Presidente, Ver. Elói Guimarães, também aqui me
assiste atentamente o Ver. Pedro Américo Leal, e, de resto, a todas as
Lideranças, lembrando um fato, Ver. Pedro Américo Leal: no ano passado, Ver.
Luiz Braz, nós tínhamos a mesma situação de vetos trancando a Pauta. A oposição
tirou uma linha de fazer um confronto direto com a Bancada da Frente Popular
aqui na votação dos vetos, que trancou a Pauta e as Sessões por várias semanas.
Como nós resolvemos isso? Quando a Bancada da Frente Popular, conjuntamente com
as Lideranças de oposição, sentou e preparou uma ordem de votações, projetos da
oposição, projetos da situação, projetos do Executivo e nós votamos o maior
número de projetos, limpamos a Pauta nos vetos, todos os projetos que eram da
situação, todos os projetos que eram da oposição, porque fomos sentar e acordar
esses projetos, essa Ordem do Dia.
Agora,
Ver. João Antonio Dib, Presidente, chega a hora, para além dos interesses da
oposição e para além dos interesses da situação, de nos sentarmos e acordarmos
a votação, a Ordem do Dia. O que não podemos aceitar, Ver. Dib, e é isso que
queremos reafirmar aqui, Ver. Haroldo de Souza, que também assiste atentamente,
que temos vontade de votar o Veto do Projeto do Ver. Haroldo de Souza, é que
não podemos aceitar que seja feito de uma forma truculenta em relação à Bancada
do PT, só porque agora nós não temos maioria para votar isso. Se em outras
vezes já tínhamos maioria e não fizemos isso, Ver. Pedro Américo Leal, sentamos
com as Lideranças, acordamos a Ordem do Dia, por que agora será feito dessa
forma? Se feito dessa forma, chamado à briga, chamado à guerra, nós vamos nos
sustentar no Regimento. Aí pode qualquer Requerimento, qualquer processo de
adiamento. Então, essa política hoje implementada pelo Ver. Isaac Ainhorn, sem
consultar, sem articular, sem ter cuidado com as relações, não acrescenta para
a Câmara Municipal, não melhora a votação da Pauta, não melhora a votação da
Ordem do Dia. Se tivéssemos acordado, a esta hora já teríamos votado. Mas, o
Ver. Isaac Ainhorn encaminhou um Requerimento, foi para o constrangimento
contra os Vereadores, contra inclusive a oposição, mas principalmente contra as
Bancadas da Frente Popular - totalmente desnecessário dentro de um processo
democrático. E ao contrário da nossa própria história, porque fizemos isso num
ano extremamente tenso, era um ano de eleição. No ano eleitoral, Ver. Sebastião
Melo, tivemos a capacidade de montar uma pauta de votação da Câmara, e não
foram interrompidos projetos da oposição, não foram interrompidos projetos da
situação e não foram interrompidos projetos do Executivo. Por que agora têm de
ser só os interesses da oposição? Por que não têm, ambas, a capacidade de fazer
esse acordo?
Então,
Sr. Presidente Ver. João Antonio Dib, creio que a Presidência da Câmara, a Mesa
Diretora, o Ver. Elói Guimarães, a Ver.ª Maria Celeste e os demais membros da
Mesa devem chamar uma reunião de Mesa para fazermos um acordo conjunto. “Olha,
na segunda-feira não teremos o período de Comunicações ou Pauta; vamos votar os
vetos na ordem.” Concordo, vamos votá-los na ordem. “Vamos tirar a Pauta nas
quintas-feiras e vamos deixar o período de Comunicações.” Vamos fazer um acordo
juntos e vamos votar todos os vetos. Agora, sempre iremos nos rebelar, Sr.
Presidente, quando formos tratados de forma deselegante, antidemocrática como
fomos tratados agora, com Requerimentos que não nos consultam, quando o nosso
passado não contribui para isso; ao contrário, eu como negociava todos os dias
a Ordem do Dia, eu sempre consultei todas as Lideranças. Por que agora tem que
passar com o trator por cima da Bancada da Frente Popular?
A
nossa proposta é essa: Mesa, extraordinária, com as lideranças, acordar todas
as votações. Tenho certeza de que menos de um mês votaremos todos os vetos e
partimos para os projetos do Legislativo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Presidente, com todo o respeito, é só uma
sugestão: quem sabe, nós, da Casa, conseguíssemos uma televisão aberta para que
as classes B, C e D tivessem acesso às nossas Sessões aqui, ao vivo, na hora,
para que o “Zé, lá da Vila”, pudesse ligar a televisão e assistir, sem pagar, o
que acontece aqui, porque com certeza, nós chegaríamos rapidamente a um trabalho
bem mais agilizado e não como aconteceu ontem e está acontecendo hoje.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa até já pensou em transmitir ao
vivo, mas há algumas dificuldades a serem superadas.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar o Requerimento de
autoria do Ver. Renato Guimarães.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. João Antonio Dib, não era nossa intenção
encaminhar, mas vamos fazer até um desafio aos demais Vereadores, porque foi
acordado, V. Ex.ª acordou com as Lideranças que os Projetos teriam uma ordem de
votação.
O
que nos surpreende é que, a cada Sessão, aquilo que foi combinado
preliminarmente parece que não vale. É por isso que, a cada Sessão, nós estamos
sempre mudando.
E
como eu falei hoje também, na própria questão da Pauta: ou nós temos as nossas
convicções de que os Projetos têm uma ordem... Uma coisa é clara, por mais que
possam tentar procrastinar os vetos, nós sabemos que os vetos são os primeiros
a serem votados. Então, o que é que nós temos que fazer? Vamos votar os vetos!
Agora, tentar alterar o veto A, B, C, D ou E não adianta.
O
Ver. Renato Guimarães nos deu uma justificativa dizendo que gostaria que os
primeiros vetos a serem analisados fossem os Vetos sobre a questão do
Orçamento. E por quê? Porque, se o Veto for derrubado, isso vai implicar uma
revisão orçamentária do próprio Município, que vai ter que, ou ingressar na
Justiça, ou redimensionar o seu valor orçamentário para as diversas rubricas.
Há
uma explicação plausível para o porquê da questão orçamentária, que até então
ninguém havia levantado. Ou seja, no caso de derrubar um Veto sobre a questão
orçamentária, realmente cria um problema para o Município, porque o Orçamento
já foi votado no ano passado e já está comprometido. Então, a inclusão de algum
Projeto de Lei aqui que implica gasto para o Governo em dotação orçamentária,
vai ter que ter uma relocação. E é por isso, então, que o Executivo tem
interesse em que esse seja o primeiro Veto a ser analisado. Nós temos que fazer
esta discussão.
Agora,
todos nós sabemos que nenhum Projeto desta Casa vai ser votado antes dos Vetos!
Então, nós temos, daqui para a frente, votar, encerrar esta discussão e
analisar veto a veto, criando critérios. Porque sobre tudo aquilo que foi
combinado entre a Mesa e as Lideranças, parece, que o critério é não ter
critério, ou melhor dizendo, o critério é o “descritério”. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Renato Guimarães, que solicita que o PLL n.º 062/02, com Veto Parcial,
seja votado em primeiro lugar. Votação nominal, por solicitação do Ver. Marcelo
Danéris e do Ver. Zé Valdir. (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 08 votos SIM
e 18 votos NÃO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1249/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 053/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
autoriza o Executivo Municipal a instituir o Ensino Supletivo de 1.º Grau na
rede de ensino público e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela manutenção do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela manutenção do Veto
Total;
- da CECE. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4.º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- discutiram a matéria, em 10-03-03, os
Vereadores J.C.Nedel, H.Souza, Z.Valdir, J.Pinheiro, R.Pujol, D.Campani,
S.Melo(cedeu p/ H.Souza), R.Guimarães, L.Braz e C.Sebenelo;
- adiada a discussão por duas Sessões.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 18-03 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 053/01, com Veto
Total. (Pausa.)
Eu
gostaria de lembrar ao Plenário - já que a Mesa, de repente, se exaspera -, que
em 40 dias nós votamos cinco vetos. Um deles, o próprio autor pediu que fosse
aceito, era um problema com nome de rua. Outro, o autor também pediu que o Veto
fosse aceito, porque já não havia mais razão de ser, era venda de ingresso para
o carnaval. E votamos mais três. Nós temos dez Vetos, deve dar um bom tempo.
O
Ver. Zé Valdir está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Carlos Alberto
Garcia, para discutir o PLL n.º 053/01, com Veto Total.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto do Ver. Haroldo de Souza autoriza o Executivo a instituir o ensino
Supletivo de 1.º grau na rede de ensino público e dá outras providências.
Projeto que foi apresentado com nove artigos e com Emenda do próprio autor,
ficou reduzido a três artigos.
Com
relação ao Veto a este Projeto - eu não vou nem entrar na questão da legalidade
de Projeto autorizativo -, eu quero apenas colocar a seguinte questão ao Plenário:
eu gostaria que nos despíssemos, agora, de todos os preconceitos, de todas as
questões ideológicas e políticas e atentássemos para uma questão meramente
técnica. Imaginem que um Vereador - eu por exemplo - viesse aqui, apresentasse
uma lei propondo algo que uma lei federal já obriga a fazer?! V. Ex.as
iam olhar para mim e dizer: “Não, este projeto é desnecessário”. É exatamente o
que acontece com o Projeto do Ver. Haroldo de Souza. A Lei de Diretrizes e
Bases diz o seguinte no art. 38: (Lê.) “Os sistemas de ensino...”, e no art.
8.º define que os sistemas de ensino são federal, estadual e municipal. Então,
todos os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos – “que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento
dos estudos em caráter regular.” Ou seja, uma Lei hierarquicamente superior,
uma Lei Federal, de forma cogente, obriga a todos os sistemas de ensino e o
sistema municipal de ensino a fazer o supletivo, a manter curso supletivo. O
que diz o Projeto do Ver. Haroldo de Souza: “Fica o Executivo autorizado a
instituir o ensino supletivo de 1.º grau.” Uma Lei hierarquicamente inferior
autoriza o Município a fazer uma coisa que uma Lei hierarquicamente superior já
obriga o Município a fazer.
Vejam
que isso é um Projeto de Lei que, se nós aprovássemos aqui, se não fosse, a
Casa poderia ficar mal perante a opinião pública. Nós estamos brincando de
fazer leis, porque fizemos uma Lei autorizando o Prefeito a fazer uma coisa que
uma Lei hierarquicamente superior, uma Lei Federal, a Lei de Diretrizes e
Bases, já obriga todos os municípios a fazer. Poderíamos dizer que o Município
não faz o supletivo, não cumpre o que está na Lei. Eu quero convidar os
Vereadores a visitar as trinta e oito escolas do Município que têm supletivo à
noite, convidar os Vereadores a irem nos CEMETs, ao Centro Municipal Paulo
Freire, que é um centro municipal especial, no Centro da Cidade, com supletivo
nos três turnos. São dez mil alunos matriculados para 2003! O Veto do Prefeito,
se não for por considerações jurídicas, é um Veto necessário, porque nós
estamos fazendo uma Lei autorizativa aqui na Casa, autorizando o Prefeito de
Porto Alegre a fazer uma coisa que já está na Lei de Diretrizes e Bases!
Acredito que é um direito de cada Vereador apresentar Projetos, não quero
desmerecê-lo de maneira alguma, mas ele é um Projeto equivocado. E o Executivo
não tem outra maneira a não ser vetar. E acredito que esta Casa incorreria em
um grande erro aprovando, mantendo este Projeto. Qual é a necessidade dessa
Lei? Essa Lei não tem necessidade e é inócua, porque é uma Lei autorizativa,
hierarquicamente inferior a uma lei cogente nacional.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu gostaria de receber de V. Ex.ª a relação dos endereços
dessas trinta e oito escolas de ensino supletivo e desse Centro que tem dez mil
alunos.
O SR. ZÉ VALDIR: Não é o Centro. Ao todo, são dez mil
matrículas. Eu vou mandar junto com isso, V. Ex.ª não pediu, o artigo da LDB,
que diz tudo que está dito na Lei, só que é uma Lei Federal, hierarquicamente
superior, com natureza cogente, que essa lei aqui não é porque é lei
autorizativa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrada a discussão. Em votação o PLL
n.º 053/01, com Veto Total. O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para
encaminhar.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente. Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara. É
importante para nós aqui, na Câmara, mesmo com o interesse da oposição de votar
apressadamente, podermos discutir Vetos como este. Qual é o momento, Ver. Pedro
Américo Leal, que sempre defendeu o Parlamento como um momento do debate
político necessário para uma sociedade – e defende, aqui, toda hora? Como
podemos votar um Projeto do Ver. Haroldo de Souza, que cria o supletivo de 1.º
grau no Município de Porto Alegre – é suficiente um debate que tenha apenas um
orador na tribuna para tratar deste Projeto? Será que todos os que nos ouvem,
hoje, têm condições de dizer que são a favor ou contra este Projeto do Ver.
Haroldo de Souza, que cria o supletivo do 1º grau? Alguém, aqui, entendeu bem o
que significa isso? Por que o Município não pode ter um supletivo de 1.º grau?
Diria, quem nos assiste, por que os caras são contrários a isso? Entenderam por
que não precisa fazer isso ou por que precisa fazer isso? É suficiente que a
Câmara de Vereadores vote dessa forma um Projeto dessa importância. O tema da
educação não é um tema fortíssimo no nosso Município, importantíssimo no nosso
Estado e no nosso País para que discutamos supletivo de 1.º grau com uma
intervenção de cinco minutos e votemos? É suficiente esse debate, é esse o
papel do Legislativo Municipal? Será que não temos de fazer um debate, Ver.
Pedro Américo Leal, sobre educação? Será que esse debate forte sobre educação
não nos vai levar à conclusão de que não é bom o Projeto do Ver. Haroldo de
Souza ou o contrário? Por que vamos votar um Veto desses?
(Aparte
anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O SR. MARCELO DANÉRIS: O Ver.
Haroldo de Souza me chama a atenção com razão, ele diz assim: “O Projeto 2001”,
vejam bem, Projeto 2001 e nós não conseguimos ainda fazer o debate disso, tem
uma só pessoa. A convicção da importância do Projeto é tão forte que nem o
autor do Projeto encaminha ou explica.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Peço a atenção do Plenário, não são
permitidos apartes nos encaminhamentos, muito menos apartes anti-regimentais.
O SR. MARCELO DANÉRIS: O Ver. Haroldo de Souza diz que ele não
quer encaminhar para não trancar a Pauta. Está correto, é uma postura, mas eu
acho que o debate sobre educação e um Projeto importante como este podem ter
mais discussão, sim, pode haver uma explicação melhor. O Ver. Zé Valdir tratou
sobre o Projeto do Ver. Haroldo de Souza, falou do supletivo do 1.º grau,
colocou a posição do Executivo, quem ouviu entendeu, sabe, só tem a posição do
Executivo por que os Vereadores agora vão derrubar o Veto do Executivo, visto
que o Ver. Zé Valdir falou e todos concordaram, a princípio, já que ninguém
falou o contrário. Só vão votar contrário, ninguém sabe por quê. Por que é ruim
o Projeto do Ver. Haroldo de Souza? Por que será necessário a oposição derrubar
o Veto do Prefeito? Só por uma posição de oposição? Assim: “Nós somos oposição,
portanto derrubamos o Veto,” ou “Nós temos motivos para fazer isso.” Então, nós
somos situação e quero dar um exemplo ao contrário, Ver. Haroldo de Souza, nós
somos situação e já derrubamos um Veto do Prefeito. Por quê? Porque no debate
aqui conseguimos chegar a um denominador comum e a Bancada da Frente Popular
derrubou o Veto do Prefeito, inclusive com a concordância do Prefeito e do
Executivo, porque nós avançamos no debate. Por que agora, Ver. Pedro Américo
Leal, é necessário que não se faça nenhuma intervenção, nenhum debate, se vote
assim, açodadamente, um Projeto dessa importância, tratando apenas de educação?
Ou será que saúde e educação não são os dois temas principais? Emprego,
habitação são temas importantíssimos, a Câmara de Vereadores não tem posição
sobre isso?
Por
isso acho que esse tipo de encaminhamento, a forma como está-se dando, e a
proposta, hoje, aprovada aqui, na verdade prejudica o debate e os interesses da
nossa população, inclusive na educação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o PLL n.º 053/01. (Pausa.)
O SR. ISAAC AINHORN: Peço um esclarecimento de votação.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vota-se o Projeto. “Sim” aprova o
Projeto, “não” rejeita o Veto.
O SR. ISAAC AINHORN: Então quem quer derrubar o Veto vota
como?
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Quem quer derrubar o Veto vota “sim”.
O SR. ISAAC AINHORN: Mas está correndo o tempo, Vereador, sem
esclarecimento.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O painel... Vai ser verificado o tempo
que V. Ex.ª usou.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, o tempo é livre?
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): (Após a apuração nominal.) APROVADO o PLL n.º 053/01 por 18 votos SIM e 08 votos NÃO. Está rejeitado o Veto a ele aposto.
Em
votação a Ata da 1.ª Sessão Solene, que já foi distribuída aos Srs. Vereadores.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Esta
semana eu fiz 32 anos de Câmara, e ainda tenho muito a aprender. O Ver.
Reginaldo Pujol pediu votação nominal da aprovação de Ata.
Solicito
a liberação do painel para que os 26 Vereadores dêem a sua opinião.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem):
Para um esclarecimento,
Sr. Presidente. Sem os votos da oposição, que está se retirando do Plenário,
agora a Ata fica prejudicada para a Câmara ou não? É votada novamente?
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não.
Ver. Marcelo Danéris, são 18h37min, dentro de quinze minutos nós teríamos
que pedir a prorrogação da Sessão, mas estou pedindo que seja votada a Ata
nominalmente no painel.
Em
votação nominal a Ata da 1.ª Sessão Solene. (Pausa.) Encerrada a votação. Há
apenas 15 Vereadores no Plenário, 16 com o Presidente. Não há quórum para
aprovação da Ata.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Presidente, só uma
dúvida me suscitou agora: nós entraríamos, agora, na discussão de acordo com a
agenda de um novo Veto. Correto? Para este novo Veto entrar na fase de
discussão precisaríamos de 11 presenças. Correto? Para que nós possamos
discutir o próximo Veto, na fase de discussão, precisaríamos ter a presença de
11 Vereadores, não é isso?
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não.
Mas no momento em que foi feita a votação e não havia quórum para aprová-la, eu
não tenho mais outra solução a não ser encerrar a Sessão, convocando para a
próxima Sessão na segunda-feira, às 14h, e solicitando às Lideranças que
procurem, antes do início da Sessão, discutir a forma de votarmos os nove Vetos
que estão trancando a Pauta e que podem levar muito tempo.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h40min.)
* * * * *